domingo, fevereiro 2

Sinal de alerta: inovação brasileira está muito aquém do desejado

Inovação é irmã gêmea de empreendedorismo. Pode ser de tecnologia, produto, serviço, fonte de matéria-prima, processo de produção, novo mercado, estratégia e modelo de negócio.
Pode ser incremental ou radical (esta é mais rara), mas são intimamente ligadas à criatividade, que se alimenta de conhecimento e do desafio –problemas ou soluções ruins ou não satisfatórias.
Depende sim de informação, de pessoas com preparo, de recursos de pesquisa, de infraestrutura, de ambiente que estimule a criatividade, inventividade e de mercado.
Para saber como nos situamos como país, frente a outros 142, é interessante consultar o Índice Global de Inovação de 2013 (Global Innovation Index - GII). Resultado da parceira da Cornell University, INSEAD e World Intellectual Property Organization (WIPO), além de parceiros de conhecimento.
Os indicadores e sua composição foram desenvolvidos pelo Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, escolhendo-se aqueles que revelam o desempenho dos países em determinadas políticas e contextos, chegando ao estado da arte.
O GII tem dois componentes: input e output de inovação e cada um deles se apoia em pilares. O input refere-se a: instituições, capital humano e de pesquisa, infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação dos negócios.
Por sua vez, o output considera os resultados de conhecimento e tecnologia bem como os de criatividade. Há subdivisões dos pilares em indicadores individuais, abarcando 84 indicadores.
Ao final o GII tem quatro medidas: o sub-índice de input, o de output, o índice geral e o de eficiência. Este último representa uma taxa resultante do output sobre o input. Como nos saímos: 64ª posição. No sub-índice de input ficamos na 67ª, no output 68ª e em eficiência 69ª.
Modestamente estamos no pelotão do meio. Chamam a atenção alguns dos nossos pontos fracos. Institucionalmente são: dificuldades para abrir negócios, resolver insolvências e para pagamento de impostos.
Em capital humano e pesquisa, as fraquezas são: notas no PISA, percentual de matriculados no ensino superior, formados em engenharia e ciências, mobilidade dos alunos no nível superior (alunos de outras regiões do país e estrangeiros).
Em output de conhecimento e tecnologia: ainda exportamos poucos serviços de comunicação, computacionais e de informática. E, em output criativo exportamos poucos serviços de audiovisuais e produzimos poucos filmes (relativamente à população de 15-69 anos).
Pontos fortes: pesquisa e desenvolvimento afetado, sobretudo pelo posicionamento das três melhores universidades entre as 700 melhores do mundo e no índice de citação de documentos.
Houve melhoria no fornecimento de informação aos cidadãos pelo governo via internet e no percentual de empresas oferecendo treinamentos para seus empregados.
A favor contam o número e trocas existentes nos arranjos produtivos (clusters), o percentual líquido de importação de hightech e a percentagem de alta e média tecnologia nos manufaturados.
E, também a intensidade com que as novas tecnologias de informação e de comunicação estão criando novos arranjos e modelos organizacionais.
Percebe-se então que o país, os empreendedores e a sociedade precisa se questionar sobre este modesto desempenho frente às pretensões que nos colocamos. Temos que resolver os pontos fracos para acelerar nossas possibilidades e a dos nossos empreendedores.

FONTE: economia.uol

Nenhum comentário:

Postar um comentário