Pelo quarto ano consecutivo, a biblioteca eletrônica segue na liderança do Ranking Web of World Repositories, que mede visibilidade e impacto on-line
A Scientific Electronic Library Online (SciELO) Brasil mantém a liderança na categoria Top Portals na nova edição do Ranking Web of World Repositories – posição que ocupa desde 2011.
Atualizado semestralmente pelo Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC) da Espanha, desde 2008, oranking reúne portais de publicações científicas de acesso livre e gratuito, destacando os de maior presença e impacto na web.
O SciELO é um programa da FAPESP criado em 1998 e conta com o apoio do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Ao longo de seus quase 16 anos, a SciELO Brasil vem acumulando uma coleção científica notável – boa parte da melhor ciência publicada no país nesse período. Além disso, a permanência na primeira colocação do ranking reflete a força do programa, que aposta na atualização constante de seu sistema operacional, a fim de que a visibilidade da biblioteca e de seus conteúdos seja cada vez mais facilitada”, afirmou Abel Packer, diretor do Programa SciELO, à Agência FAPESP.
Entre os indicadores considerados na construção da lista Top Portals, Packer destaca o da visibilidade (calculado a partir do número de links externos que apontam para cada repositório), ponto mais forte da coleção brasileira.
“Isso quer dizer que o SciELO tem grande presença e capilaridade na internet. Sempre que um pesquisador procura uma informação, a biblioteca está disponível nos principais mecanismos de busca, por meio de links e hiperlinks, para auxiliá-lo”, disse.
O ranking também leva em conta tamanho (número de páginas indexadas das coleções presentes em buscas feitas via Google); quantidade de artigos denominados rich files (arquivos em formatos como pdf, doc, docx, ppt, pptx, ps e eps, também extraídos do Google); e número de artigos recentes publicados no Google Scholar (ferramenta de busca para a pesquisa em trabalhos acadêmicos). Em cada um desses três indicadores, a SciELO Brasil ficou na segunda colocação – atrás dos programas China National Knowledge Infrastructure (tamanho e Google Scholar) e Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal (rich files).
Já o portal geral do programa – scielo.org, com as 14 coleções de periódicos que integram a Rede SciELO – ficou na 13ª colocação geral do Top Portals e no 6º lugar na categoria visibilidade. De acordo com Packer, “esse foi outro destaque importante para nós, uma vez que a página funciona como porta de acesso a todas as coleções específicas”.
Dos 143 portais presentes na lista, outros 16 pertencem à Rede SciELO: SciELO Chile (8º lugar), SciELO Argentina (11º), SciELO Public Health (15º), SciELO Espanha (17º), SciELO México (20º), SciELO Cuba (27º), SciELO Peru (34º), SciELO África do Sul (36º), SciELO Portugal (39º), SciELO Costa Rica (41º), SciELO Colômbia (51º), SciELO Bolívia (59º), SciELO Venezuela (61º), SciELO Uruguai (63º), SciELO Social Sciences (73º) e SciELO Paraguai (86º).
Visibilidade internacional
Em termos de concorrência, Packer cita, por exemplo, o programa China National Knowledge Infrastructure, primeiro lugar em tamanho e em número de artigos publicados no Google Scholar.
“Nossa preocupação é manter a liderança no quesito visibilidade. Para isso, investimos na publicação rápida de conteúdos – qualquer atraso significa perda de tempo de exposição– e na profissionalização dos periódicos brasileiros, no sentido de que sigam os mais altos padrões internacionais”, comentou.
A coordenação da SciELO Brasil também promove sistematicamente a adoção do inglês na publicação de artigos acadêmicos. “Existem áreas em que publicar em português é essencial para que o conhecimento seja disseminado e chegue à sociedade do país. Mas a visibilidade e o desempenho internacional acabam penalizados. Por isso, incentivamos a internacionalização dos periódicos que tenham vocação para tanto, seja por sua área de abrangência, escopo ou objetivo”, disse Packer.
Os esforços empreendidos nesse sentido colaboraram para que, em 2012, o número de artigos em inglês superasse a cifra de 50% na SciELO Brasil (leia mais em http://agencia.fapesp.br/18109).
“Precisamos ainda de políticas nacionais que apoiem os periódicos brasileiros de forma permanente e consistente, a fim de que eles possam cumprir sua função essencial no desenvolvimento da ciência e da pesquisa brasileira”, disse Packer.
FONTE: FAPESP
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