quarta-feira, janeiro 7

SEIS STARTUPS QUE PODEM MUDAR A EDUCAÇÃO NO BRASIL

QUIZZES NO CELULAR, NETFLIX DE LIVROS, PROGRAMAÇÃO DE SOFTWARES EM PORTUGUÊS... INICIATIVAS QUEREM TRANSFORMAR A RELAÇÃO ENTRE OS ALUNOS E O APRENDIZADO


Empreendedores apoiados pelo Start-Ed apresentam suas ideias em SP (Foto: Divulgação/Rodrigo M. Morales)
Dezenas de estudantes em uma sala de aula. Todos acompanham o mesmo conteúdo em seus livros, independentemente de quais sejam suas dificuldades individuais. O professor explica, eles ouvem. Essa descrição ainda é familiar à grande parte das escolas no Brasil. Mas tem como ser diferente. Empreendedores brasileiros já investem em formas de transformar o ensino tradicional — e tornar as aulas mais eficientes.
Uma plataforma que permite estudar para provas com quizzes no celular, um Netflix de livros, um projeto educacional que ensina programar softwares em português. Essas são algumas das ideias apoiadas neste ano pelo Start-Ed, da Fundação Lemann. O programa oferece auxílio financeiro, mentoria e interação com profissionais da área de educação. Em 2014, foram mais de 170 startups inscritas, filtradas por meio de um processo seletivo. Na última semana, as seis startups selecionadas nesta edição apresentaram suas iniciativas para representantes de empresas que investem no setor.

Durante os seis meses de orientação, os empreendedores participaram de encontros mensais para aprimorar seus produtos e modelos de negócio. “A possibilidade de networking que o programa oferece, com pessoas do mundo da educação e também com empreendedores que já estão em outro nível, os mentores, é muito diferenciada”, afirma Anna Laura Schmidt, coordenadora de projetos da Fundação Lemann. Confira as propostas das seis startups selecionadas:
“O objetivo principal é ter uma educação que garanta o aprendizado dos alunos”, disse Denis Mizne, diretor-geral da Fundação Lemann, em entrevista à Época NEGÓCIOS. “São pouquíssimas as crianças que realmente aprendem. Acreditamos que, da mesma maneira que a tecnologia ajudou outros setores, ela pode ajudar também a educação.” Segundo Mizne, o uso novos recursos pode aumentar o engajamento dos estudantes, permitir personalização da aprendizagem e oferecer conteúdo gratuito.
Aplicativo tem versões para provas do Enem, da OAB e de concursos públicos (Foto: Reprodução)
AppProva

É uma plataforma de quizzes que gamifica atividades para engajar alunos. Ela permite que os professores, com base nos resultados dos estudantes, identifiquem as principais dificuldades deles e, se necessário, mudem suas estratégias de ensino. Segundo João Gallo, diretor executivo da startup, mais de 20 escolas já utilizam a ferramenta. “Ao jogar, o aluno recebe um feedback automático, que indica o que ele precisa fazer para acertar as questões que ele zerou.” O aplicativo tem versões para provas do Enem, da OAB e de concursos públicos. E é grátis para alunos — quem paga são as escolas, para ter acesso às informações.

Árvore de Livros

A startup tem como objetivo tornar a leitura mais acessível. Funciona como um Netflix de livros — os usuários têm diversos títulos à disposição e podem acessar o conteúdo de qualquer dispositivo. O serviço ainda oferece relatórios para professores. Eles podem sugerir obras para seus alunos e acompanhar o progresso deles. “Em São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, uma cidade com 46 mil habitantes, nossa média de leitura já supera em quatro vezes a nacional”, diz João Leal, cofundador da ferramenta. Quem paga para que os alunos usem a ferramenta são as escolas públicas e privadas.


Explicações na plataforma são desenhadas (Foto: Reprodução/YouTube)
Me Salva

A plataforma oferece aulas online para estudantes do ensino médio e superior. Ela já conta com mais de 30 milhões de aulas assistidas. A ideia, segundo os criadores, é passar o conteúdo de forma mais prazerosa. As explicações são baseadas em desenhos. “Valorizamos muito a criatividade e autenticidade no nosso conteúdo”, afirma Miguel Andorffys, CEO da empresa. A startup oferece cursos gratuitos e pagos.

PortPy

O projeto quer criar parcerias com instituições de ensino para oferecer aulas de programação de softwares em português — hoje, quem quer aprender a programar tem de fazê-lo em inglês. A metodologia mistura aulas online e offline para ensinar o 'pensamento computacional'. O PortPy dá treinamento aos professores, para que eles mesmos repassem a informação. “Nossa meta é chegar a um milhão de alunos em três anos”, diz Lona Szkurnik, cofundadora da ferramenta. A intenção é que o acesso seja livre, por isso a empresa busca patrocínio de fundações.

Sílabe

A plataforma quer se tornar o braço direito dos professores. É um ambiente virtual em que os profissionais podem disponibilizar conteúdo para seus alunos de forma prática e integrá-lo com material externo. “No Sílabe, o professor pega o conteúdo que ele já usa em sala de aula e envia pela plataforma”, afirma o cofundador Ricardo Sudário. Os alunos ainda têm acesso a áreas de discussão e fazem atividades dentro do serviço — mais tarde, elas geram gráficos para que os gestores possam acompanhar a evolução dos estudantes. A ferramenta é licenciada para escolas e custa de R$ 7,50 a R$ 30 por aluno.

Stoodi já tem mais de 3 milhões de aulas assistidas (Foto: Reprodução/YouTube)
Stoodi

A plataforma atua como um professor particular — ela realiza um diagnóstico do nível do estudante e customiza o curso de acordo com suas necessidades. As aulas são voltadas a alunos do ensino médio, que estão se preparando para o vestibular. A ferramenta foi lançada em janeiro e já conta com mais de 3 milhões de aulas assistidas. “Faltava uma plataforma em que fosse muito fácil o aluno encontrar a aula que ele precisa e que tivesse uma trilha [de aprendizagem] pronta”, diz o cofundador Daniel Liebert. Os alunos se cadastram gratuitamente, mas para ter acesso completo pagam uma assinatura mensal.



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