Uma das verdades sobre Inovação é que não existe uma fórmula mágica ou uma receita de bolo para que ela aconteça
Como todos já provavelmente vivenciaram em algum momento de sua vida profissional, regras que normalmente funcionam bem em um lugar não necessariamente o farão em outro. Isto vale não só para políticas de Vendas ou de Recursos Humanos, mas também para a Inovação.
Isto, porém, NÃO significa que não possamos criar parâmetros que nos auxiliem a direcionar conscientemente parte dos nossos esforços e recursos à Inovação – este tema ainda rodeado de mistérios para muitas empresas.
Se você está dando os primeiros passos neste desconhecido e excitante terreno, não se preocupe. A inovação, assim como outras áreas do conhecimento, requer estudos e experiência para ser compreendida, mas não é um bicho-papão.
Minhas dicas para navegantes de primeira viagem são:
1. Abrace o novo sem comprometer o ‘velho’.
Equipes de vendas conhecem bem uma parte deste discurso: não se vende um produto quando não se compra sua ideia.
Além de você, os colaboradores ao seu redor precisam acreditar DE VERDADE que será possível desenvolver ideias que tenham potencial para melhorar a vida das pessoas que servem e que, em troca, estas pessoas poderão dar o retorno necessário ao comprar os produtos ou serviços de sua empresa.
É seu papel fazer as pessoas acreditarem.
É recomendável ter cautela ao iniciar projetos inovadores – em especial, quando da sua comunicação – pois poderão surgir barreiras internas que dificultem o trabalho.
Por uma razão muito simples.
Com o passar dos anos, o sistema imunológico das empresas se fortalece, preparando-as para enfrentar qualquer ameaça que à sua existência. Dentre estas, e além de novos competidores, p.ex., estão as ideias e os projetos internos que possam comprometer o núcleo operacional da empresa – que é quem gera a receita que paga todas as contas neste momento, incluindo a verba da inovação.
Em linhas gerais, isto significa que, antes de se mexer na estrutura estabelecida da empresa, deve-se procurar diminuir os riscos relacionados aos novos projetos, o que pode ser feito utilizando técnicas como prototipagem e service blueprint.
2. Dedique-se, mesmo que por apenas algumas horas no começo.
Inovação, assim como qualquer processo criativo que se propõe à continuidade, não deve ser sinônima de caos.
Mesmo que sua empresa não possua verba disponível para a Inovação, há a possibilidade de se montar uma escala de trabalho que permita às pessoas envolvidas destinar algumas horas ou dias específicos da semana para trabalhar EXCLUSIVAMENTE nos projetos da nova área.
Feito isso, a pessoa ou equipe poderá se dedicar a, p.ex., descobrir contatos, pesquisar metodologias (prometo abordar as principais em breve aqui no blog) e construir ferramentas que auxiliem a empresa a enxergar com mais clareza a importância da inovação para os negócios e como ela poderá ser conduzida quando estiver estabelecida.
3. Esteja pronto para a Inovação quando ela acontecer.
Em algum ponto do processo, e isto é MUITO variável de acordo com o tipo de inovação alcançada, o projeto dará frutos que deverão ser incorporados ao núcleo operacional da empresa, a fim de ganhar escala e gerar receitas. E identificar o momento certo para realizar esta mudança pode ser difícil.
Tomemos como exemplo o mercado de Tablets.
Doze anos atrás, Bill Gates, ainda chefão da Microsoft, realizou aprimeira demonstração pública de um Tablet PC durante a Comdex 2000, uma das maiores feiras de informática do mundo (e extinta em 2003).
Mesmo tendo a tecnologia e o mercado potencial em suas mãos, a Microsoft assistiu durante anos o crescimento explosivo da Apple que culminou com o lançamento do iPad em 2010, equipamento que até hoje vende mais que todos os outros modelos concorrentes juntos e é costumeira e erroneamente visto pelos consumidores como o primeiro tablet da história.
Somente hoje, doze anos depois que Bill Gates encantou o público pela primeira vez, a Microsoft dá um passo consistente para abocanhar uma fatia deste mercado agora já dominado por outra empresa.
A história da Microsoft e o mercado de tablets é um exemplo claro de como devemos estar sempre prontos para o impacto das mudanças, incluindo aquelas que nós próprios criamos.
Afinal, a inovação pode surgir em nossas empresas quando menos esperamos.
FONTE: inovaçãoaplicada
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