quinta-feira, maio 9

Expansão de cursos de Mestrado Profissional no Brasil

Voltado principalmente para quem se formou em exatas, em 13 anos títulos concedidos tiveram um salto de 300%




Crescem, no Brasil, cursos de mestrado profissional voltados para aplicações práticas em empresas.
O foco dos alunos de um curso de mestrado profissional em Processos Industriais é desenvolver um projeto que possa ser aplicado no dia-a-dia das empresas onde trabalham. “Estou pensando em algum modelo matemático para otimizar o processo de construção naval”, diz o engenheiro Diego Galantier.
Em 13 anos, o número de títulos de mestres concedidos no Brasil saltou de 10.389, em 1996, para 38.800 em 2009, de acordo com um estudo feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (+273,5%).
A maior parte dos mestres tem título na área de humanas, mas, nos últimos anos, está crescendo também um tipo de mestrado voltado principalmente para quem se formou em exatas. É o mestrado profissional.
Em 1999, havia nove programas deste modelo. Em 2009, eram 243. Este tipo de mestrado atrai quem já está no mercado de trabalho e quer ampliar os conhecimentos. Funciona como uma espécie de parceria da iniciativa privada com as universidades. “Eles se tornam profissionais mais produtivos. Eles trazem soluções inovadoras dentro do contexto da própria empresa”, afirma Eduardo Machado, coordenador de mestrados profissionais do IPT.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas, o IPT, tem mestrado profissional de Engenharia de Computação, de Processos Industriais e de Habitação. O químico Fernando Soares de Lima acaba de defender sua tese. Desenvolveu uma substância que confere aos tecidos a propriedade de controle térmico.
Pode ser usada em roupas e estofados. “O mais bacana é isso, é perceber que o produto que você desenvolveu tem uma aplicação, e que vai ajudar na vida das pessoas”, diz Lima.
A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo está habituada a desenvolver pesquisa com grandes empresas. Agora, inicia um mestrado profissional pioneiro na área da construção civil. O objetivo é capacitar engenheiros e arquitetos para que eles possam desempenhar melhor suas atividades dentro das empresas.
O coordenador do curso ressalta que investir em inovação não é apenas o caminho para o crescimento das empresas, mas para o desenvolvimento do país, e que ainda estamos apenas no começo.
“Também seria importante que as empresas tivessem seu próprio setor de pesquisa e desenvolvimento para, inclusive, dialogar com a própria universidade, porque não adianta a universidade desenvolver essa pesquisa se não conseguir transferir esse conhecimento todo para a empresa. Acho que estamos no caminho correto sim, mas vamos acelerar esse processo”, afirma Alex Abiko, coordenador do mestrado profissional em Inovação da Construção da Poli-USP.
FONTE: g1.globo.com

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