quarta-feira, março 12

Fundação oferece bolsas a estudantes que pensam fora da caixa

Programa da Estudar propõe auxílio financeiro e coloca bolsistas em contato com rede exclusiva de criativos


A rotina de um universitário pode ser enlouquecedora. Quando não estão estudando ou assistindo às aulas, muitos precisam trabalhar para se sustentar em uma cidade diferente, ou para pagar os estudos. Essa também é uma época em que a criatividade, abastecida pelo conhecimento, gera uma série de ideias e projetos nos quais muitos jovens não conseguem investir por falta de tempo e de recursos.

Pensando nessas mentes criativas e motivadas do ensino público superior brasileiro, a Fundação Estudar criou um programa de bolsas voltado para oferecer a esses estudantes o tempo e os recursos necessários para desenvolver seu potencial. O objetivo das bolsas é permitir que os alunos – em geral pessoas com um ótimo desempenho acadêmico e baixa renda, mas não necessariamente – consigam se focar apenas nos estudos e nos seus projetos pessoais.

A Fundação oferece uma média de 30 bolsas por ano, dependendo dos candidatos. As bolsas são oferecidas por mérito. “Não vamos simplesmente priorizar quem tem condições financeiras piores. Procuramos pessoas com brilho nos olhos”, descreve Mariel Vieira, que cuida de seleção referente aos programas da Estudar.
 
O processo seletivo

Mariel explica que o programa é semelhante a um processo de trainee. A duração varia de quatro a seis meses, começando pela inscrição seguida de diversas etapas online. Os candidatos passam então por um teste de lógica (semelhante a um de QI) e preenchem um formulário de perfil, por meio do qual a fundação analisa a personalidade, os valores e o tipo de trabalho que a pessoa faz. Depois disso, são pedidos vídeos para conhecer melhor os candidatos. Os aprovados seguem para as etapas presenciais, com atividades em grupo e entrevistas. O último estágio é o encontro com o conselho da Estudar, que inclui fundadores e gestores. 
 
O valor de cada bolsa varia. Os candidatos devem fazer um plano de contas, incluir seus gastos e enviar no processo, e recebem da fundação uma proposta personalizada para seu caso – que não cobre todos os custos, mas é um auxílio proporcional.

Mariana Rodrigues Lopes, estudante de Ciências Econômicas da UFMG e bolsista de 2013, conta que o processo não tem qualquer dificuldade, é apenas uma forma de conhecerem melhor as pessoas, seus potenciais e objetivos. “Eles pensam muito nos sonhos das pessoas, mas valorizam o que você faz para chegar lá. Gostam de pessoas que pensam fora da caixa”, afirma.
 
Os candidatos

Não existem pré-requisitos muito restritos para participar do programa de bolsas da Estudar. O estudante deve estar matriculado há pelo menos um ano em uma universidade pública e precisa ter entre 16 a 34 anos. Mariana, hoje com 22 anos, pediu a bolsa quando tinha 21. “Sou de uma cidade do interior de Minas e tive uma influência de fazenda muito grande. E fui ouvida pelos maiores empreendedores do país. Nunca me imaginei indo tão longe e recebendo apoio de tanta gente grande acreditando no meu sonho. Eles olham para um jovem de 18 anos com muita seriedade, e isso muda sua postura”, conta a jovem.
 
Rede de criativos

O que fez mais diferença para Mariana, no entanto, foi o acesso a uma rede de contatos que faz parte do “pacote”. Os bolsistas passam a integrar um seleto grupo de cerca de 500 pessoas composto não apenas por estudantes, mas CEOs, ex-ministros, empreendedores ou, como define Mariel, “pessoas que estão fazendo diferença”. “Quando falamos de educação e desenvolvimento profissional, é importante que a pessoa esteja inserida em um ambiente com pessoas brilhantes”, afirma.

A rede possui programas de mentoring, workshops, coaching, encontros com grandes líderes, fóruns executivos para sêniores e uma série de outras atividades, como happy hours. Os bolsistas também têm acesso à comunidade Estudar, plataforma interna com informações sobre bolsas, vagas e outras oportunidades. “É como um LinkedIn interno”, diz Mariel.

Foi nessa rede que Mariana conheceu duas pessoas que são hoje seus sócios no empreendimento de criar a primeira universidade privada não paga do Brasil. AEmpower (no Facebook), que está em testes na UFMG e sendo acelerada pela Fundação Dom Cabral, é basicamente uma escola superior que trabalha na prática com cases de grandes empresas brasileiras com uma metodologia inovadora e participativa. “A bolsa da Estudar me permitiu trabalhar com educação, porque antes eu trabalhava em uma multinacional e não via meus talentos e paixões sendo desenvolvidos ao máximo. Eu sentia que podia contribuir mais, e sem a bolsa eu não poderia estar sonhando com educação hoje”, descreve Mariana.

O prazo das inscrições para o processo seletivo do programa de bolsas da Fundação Estudar termina em 30 de março.



FONTE: guiasdeeducação

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