domingo, março 23

CARREIRA: Brasileiros procuram emprego temporário para treinamento e desenvolvimento, revela pesquisa

Estudo global da Page Interim mostra que oito em cada dez trabalhadores no Brasil querem atuar como temporário para ampliar seus conhecimentos e competências


O brasileiro não está de olho apenas em uma futura efetivação quando se candidata em uma vaga temporária. É o que revela recente pesquisa realizada pela Page Interim, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado de profissionais terceirizados e temporários, parte do PageGroup. De acordo com o estudo global “Como o mundo avalia o trabalho temporário e terceirizado”, 89,3% dos trabalhadores analisam o emprego temporário como uma oportunidade de acesso a treinamentos profissionais. Foi verificado também que 85,5% dos trabalhadores pretendem, com uma vaga temporária, desenvolver competências profissionais. 


“É um dado interessante e que mostra que os profissionais brasileiros estão à procura de qualificação e desenvolvimento, o que é um bom sinal em tempos de escassez de talentos e de pleno emprego. Até pouco tempo o trabalho temporário era visto apenas como uma atividade complementar de renda ou de trampolim para a efetivação”, explica Carolina Asevedo, diretora da Page Interim no Brasil. 

Para elaborar o estudo, a Page Interim desenvolveu um questionário e obteve, ao longo de 2013, as respostas de 13.298 profissionais e empresas de 17 países das Américas, Europa, e Oceania. A partir dessas informações, a Page Interim conseguiu identificar como o mundo vê o trabalho temporário em todo o mundo. 

Ainda de acordo com o estudo da Page Interim, há outros fatores que motivam os profissionais brasileiros a buscarem uma oportunidade no mercado como temporário. Para 71,6% dos respondentes, esse tipo de trabalho é indicado para aumentar as chances de encontrar um emprego permanente. Há 68,2% que acreditam que é importante continuar empregado como temporário em épocas de incerteza econômica – número abaixo da média mundial no quesito. Já os que buscam vagas temporárias para desenvolver uma rede profissional somam 52%. 

Contratação de temporários em alta no Brasil

De acordo com os dados nacionais da Page Interim, o mercado para profissionais temporários está em alta. Somente no ano passado foram recrutados 550 temporários para projetos desenvolvidos pelas companhias instaladas no Brasil, o que representa um aumento de 30% em relação a 2012. 
“Nossa atuação junto às empresas ainda caracteriza-se, principalmente, por demandas extraordinárias ou pela substituição de postos. Podemos ajudar essas companhias na contratação de temporários em cargos de entrada, como analistas, ou até mesmo para a direção industrial ou administrativa de uma corporação”, esclarece Carolina. 

Do total de posições recrutadas pela Page Interim no ano passado, as áreas que mais demandaram profissionais temporários nas empresas foram financeira, administrativa, comercial e de recursos humanos. 
Motivação dos brasileiros para buscar um emprego temporário diverge em relação aos profissionais de outros países.

Quando o assunto é acesso a treinamentos profissionais, os brasileiros são os que mais se motivam por este tipo de tema ao procurar uma vaga temporária (89,3%). Os suecos, com 68,9%, aparecem na segunda posição. Na sequência figuram os mexicanos (63,5%) e os portugueses (62,4%). 
Os profissionais brasileiros também são os que mais buscam um emprego temporário para desenvolver competências profissionais (85,5%). Os portugueses, com 79,7%, e os belgas, com 77,1%, aparecem na segunda e terceira colocações, respectivamente.

Quando uma vaga temporária está relacionada em aumentar as chances de um candidato encontrar um emprego permanente, os suecos são os mais evidentes (75,8%). Os brasileiros aparecem logo na sequência, com 71,6%, seguidos pelos suíços, com 71,1%.
Os portugueses são os mais motivados para conseguir uma oportunidade temporária para continuar empregado em tempos de incerteza econômica (82%). Logo depois aparecem os suíços (80,1%), os americanos (77,2%), os ingleses (76,6%) e os espanhóis (71,1%).
Desenvolver uma rede profissional é o principal motivador em projeto temporário para os suecos (85,3%). Os suíços vêm logo atrás (83%), acompanhados por belgas (78,9%) e holandeses (77,1%).


“Os europeus veem o emprego temporário também como um canal para ampliar sua rede de contatos profissionais, e não apenas como um canal para garantir renda. O modelo ainda é mais difundido e incentivado em alguns países da Europa do que é na América Latina”, comenta a executiva.

Trabalhadores avaliam positivamente a experiência como temporário 
O levantamento realizado pela Page Interim procurou identificar se os profissionais avaliam o trabalho temporário como positivo ou muito positivo. Quem melhor avaliou essa experiência foram os australianos (78,6%), juntamente com os suecos (73,4%), franceses (71,8%) e ingleses (70,5%). 

A avaliação dos profissionais brasileiros a respeito do trabalho temporário também é positiva, mas um pouco abaixo do verificado na média global: 52,6% ante 58,9%.

Empregadores apoiam contratação de temporários
Os empregadores são geralmente confiantes a respeito do valor que o trabalho temporário proporciona: quatro em cada cinco (80,4%) empregadores questionados possuem uma percepção positiva ou muito positiva a respeito do trabalho temporário.

“Isso é visto com mais ênfase em países que adotam a prática há mais tempo, como Austrália, Reino Unido e Canadá, e com menos destaque em nações como a Polônia e a Itália, onde o trabalho temporário é um fenômeno mais recente”, pontua Carolina.

O principal motivador que leva os empregadores a contratar trabalhadores temporários vai muito além de apenas responder a problemas/questões de administração de recursos humanos (RH) em curto prazo. Outras motivações são vistas com grande consistência, como flexibilidade (89,4%), valor em responder a necessidades de curto prazo (87,8%), beneficiar-se em identificar candidatos para vagas de longo prazo (75,7%), solução de ótimo custo-benefício para os desafios do RH (61,2%) e trazer conhecimento/habilidades externas para o negócio (49,1%).
Além de ajudar a responder a necessidades de curto prazo (61,7%), o trabalho temporário é visto como um catalisador da geração de experiência externa para as organizações, com 59% dos empregadores concordando com essa opção. Além disso, 49,3% afirmam que o trabalhador temporário acelera mudanças corporativas e reestruturações de processos. Ainda, quase metade dos empregadores (47,2%) considera o trabalho temporário como uma ótima fonte de candidatos para posições permanentes.
No Brasil, uma em cada quatro organizações (28,7%) acredita que a necessidade pelo trabalho temporário deve aumentar nos próximos anos (contra uma média global de 33,9%). Já os profissionais trazem uma visão diferente: 57,3% apostam no aumento da contratação de temporários e terceirizados nos próximos anos.
Mais de 80% das empresas brasileiras avaliam o trabalho temporário como positivo ou muito positivo e a maioria delas o adota para responder necessidades de curto prazo (95,3%), garantir uma maior flexibilidade (82,6%) e para identificar candidatos para posições permanentes (77,2%). 

Os outros países avaliados apostam mais na flexibilidade do trabalho temporário (89,4%) que o Brasil, com 82.6%. Essas nações também mostram maior investimento no trabalho temporário como uma alternativa qualitativa de conhecimento e expertise para a companhia: média de 49,1% ante 38,9% no Brasil.

“A sazonalidade de mercado ainda influencia muito na contratação de profissionais temporários no Brasil. Nesses casos ainda percebemos uma preferência por profissionais que ocupam cargos mais operacionais, mas a mentalidade das empresas tem mudado muito, e quando a sazonalidade relacionada a datas específicas do ano não está em jogo, a aposta na contratação de temporários para projetos específicos e bem especializados aumenta bastante”, revela.

FONTE: administradores

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