quarta-feira, novembro 20

2014: Fazer mais com o mesmo... ou com menos

As pressões serão as de sempre. 

As respostas é que ditarão o caráter de RH


A incerteza sobre como a economia e os negócios se comportarão em 2014 está levando as áreas de recursos humanos a manter o cinto apertado. Primeiras informações sobre indicadores adotados nos processos de planejamento expõem uma postura contingencial e conservadora. Voo baixo. 


Não que isso seja novidade. Dinheiro contado é uma prática bastante conhecida. O ano eleitoral sugere negociações sindicais mais duras, em que o ganho real tende a superar o fator inflacionário oficial. O segundo maior item orçamentário em RH, o benefício médico, mais uma vez terá reajustes significativos propostos pelas operadoras e correlatos. Dificilmente ocorrerá qualquer medida regulatória que reduza os custos trabalhistas ou, pelo menos, que flexibilize os contratos. Eventuais incentivos sobre a folha, se mantidos, beneficiarão setores específicos. 



Apesar disso, espera-se que a empresa seja competitiva em mão de obra, em especial quanto à gestão de seus talentos, em todos os níveis. 



Percebe-se também que a tradicional prática de reduzir quadros pensando no curto prazo está deixando de ser bandeira financeira. Nos últimos anos, com altas e baixas, pelo menos se constatou que não compensava o custo de demitir e depois admitir quando o negócio melhorava. Assim, cortar a folha deixa de ser o principal atrativo. 



Isso não quer dizer que RH esteja com os pés a as mãos amarrados. Suas entregas exigirão mais inteligência nos dois campos de ação: as despesas/investimentos com pessoal na empresa e o próprio orçamento interno da área. E é aí que surge a necessidade de se pensar no negócio, em suas diversas frentes. 



Despesas médicas? Foco na prevenção, para não ficar trocando de plano a cada ano numa ilusória economia. Desenvolvimento gerencial? Transformar os business partners em business parts, fazendo-os colocar a mão na massa para desenvolver seus clientes. Treinamento? Aumentar o on-the-job e privilegiar ações que gerarem retorno sobre o investimento. Processos seletivos? Mergulhar nas mídias e na qualificação dos gestores. Processos? Automatizar, terceirizar quando possível e investir em intervenções metodológicas de baixo custo.



E mais: custos fixos altos? Alternar com variáveis e consultores temporários de confiança. Oportunidades de financiamento? Buscar nas agências confederativas e órgãos governamentais com fundos definidos. Guardião do tesouro? Fazer contratos de gestão, corresponsabilizando os líderes. Indicadores? Acompanhar diariamente e agir para melhorar. Não esperar pelos relatórios de fim de mês.



Nenhuma dessas lições é novidade para as lideranças de RH. Todas as praticam com maior ou menor intensidade. A diferença está em quatro palavras: prioridades, protagonismo, inovação e produtividade. 



No primeiro caso, focar no que faz a diferença; não diluir as escolhas. Depois, atuarnas frentes estratégicas, com voz e voto. A qualidade da presença é garantida pelo pensamento inovador: o conhecido sair da caixa. Pensar como ontem não resolverá o problema de hoje. Finalmente, as entregas. Fugir da imagem do RH tartaruga e aumentar a produtividade das cadeias de valor em que estiver envolvido. Simplesmente, gerar valor percebido. 



As pressões serão as de sempre. As respostas é que ditarão o caráter de RH.


FONTE: RevistaMelhor

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