Edição impressa será extinta e apenas trabalhos em inglês serão aceitos.
Coordenador do BIOTA-FAPESP destaca ações do programa em 2014, como
novo ciclo de conferências e chamada de propostas de pesquisa sobre
espécies invasoras
Resultado de uma parceria firmada com o programa Scientific Electronic Library Online (SciELO), a revista Biota Neotropica
passa a integrar, em 2014, a rede Biodiversity Heritage Library
(BHL-SciELO) – parte de uma iniciativa internacional cujo objetivo é
digitalizar, indexar e tornar acessíveis on-line as principais obras da
literatura científica sobre biodiversidade.
Todos os artigos publicados no periódico desde 2001 – quando foi
lançado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação,
Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo
(BIOTA-FAPESP) – já estão disponíveis no site www.bhlscielo.org.
Segundo Carlos Alfredo Joly, professor da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e coordenador do BIOTA-FAPESP, a edição impressa será
extinta em 2014 e apenas trabalhos em inglês serão aceitos. Além disso,
o sistema eletrônico de submissão de artigos e gerenciamento está sendo
reformulado.
“Uma das metas do programa em sua segunda década de existência é aumentar o fator de impacto da revista Biota Neotropica,
que hoje é de 0,56. Queremos chegar a perto de 1 nos próximos três
anos. As mudanças fazem parte desse planejamento. Uma das novidades é a
disponibilização on-line imediata dos trabalhos assim que forem
aprovados pelos assessores ad hoc, editores de área e
editor-chefe. Isso diminuirá o tempo de editoração, tornando a
publicação mais ágil e aumentando seu tempo de exposição”, disse Joly.
A revista foi criada em 2001 com a missão de divulgar os resultados
das pesquisas realizadas no âmbito do programa e de abranger também
estudos feitos em toda a região neotropical com a temática
“caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade”.
“Uma avaliação feita pela coordenação na época identificou que a
maioria das revistas brasileiras de circulação internacional era
dedicada a determinados grupos taxonômicos, como a Revista Brasileira de Botânica e a Revista Brasileira de Zoologia. Havia uma lacuna a ser preenchida”, contou Joly.
Em 2012, a publicação passou a ser indexada na base de dados Web of Science, da Thomson Reuters.
“A revista já é uma referência importante na América Latina, mas é
preciso ter uma presença mais forte em outras regiões do mundo. Afinal, o
país que tem o privilégio e a responsabilidade de ser o número ‘um’
entre as nações megadiversas precisa ter um periódico científico
reconhecido internacionalmente como de alta qualidade nessa área”,
avaliou Joly.
Novo canal
Também com o intuito dar visibilidade à produção científica do BIOTA e
favorecer a interação entre seus pesquisadores, foi criado no mês de
setembro um boletim eletrônico bimestral batizado de Biota Highlights.
Na avaliação da bióloga Érica Speglich, que em parceria com Paula
Castro edita o novo boletim, a integração dos pesquisadores é ainda mais
estratégica que a integração de dados e de conhecimentos, pois reforça
os objetivos do programa, fortalece sua identidade e favorece a geração
de spin-offs.
“Reuniões e simpósios são uma das formas de promover essa integração,
mas a distância entre os eventos fez com que a coordenação procurasse
outros mecanismos, entre eles a criação de um boletim com conteúdo
inédito e personalizado sobre o BIOTA, seus projetos e pesquisadores”,
afirmou Speglich.
Qualquer interessado em receber as notícias por e-mail pode se cadastrar na página do programa BIOTA. O conteúdo também está disponível no endereço: www.biota.org.br/?page_id=3126.
Conferências educativas
A ampliação do diálogo com públicos além do meio científico –
especialmente professores e estudantes do ensino médio e fundamental –
também tem sido uma das metas do programa BIOTA nesta segunda década de
vida.
Ao longo de 2013, um ciclo de conferências educativas gratuitas
reuniu mais de 750 pessoas na sede da FAPESP. Durante os nove encontros,
foram abordados temas relacionados à biodiversidade dos diferentes
biomas brasileiros.
Uma nova edição do ciclo será realizada em 2014, desta vez com foco
nos chamados “serviços ecossistêmicos”, como a polinização, a proteção
aos recursos hídricos e a ciclagem de nutrientes.
“Vamos olhar mais para processos do que para fotografias estáticas.
Abordar os serviços que a biodiversidade oferece para o homem, como
polinização, que é importante também para a produção de alimentos. É uma
abordagem moderna que já começa a fazer parte dos livros escolares.
Pretendemos melhorar o entendimento desses processos”, afirmou Joly.
O ciclo de 2014, no entanto, será realizado apenas durante o primeiro
semestre. Na segunda metade do ano, os pesquisadores estarão envolvidos
com os preparativos para a reunião bienal de avaliação do Programa
BIOTA-FAPESP, prevista para ser realizada em Campos do Jordão, entre os
dias 7 e 12 de dezembro.
“Teremos mais de 80 projetos participando da avaliação este ano; será
impossível apresentar os principais resultados de cada um deles. Nossa
ideia é reunir os trabalhos dentro de grandes temas, como biodiversidade
marinha, microrganismos, inventários e ecologia de vertebrados, por
exemplo”, disse Joly.
“Para isso, ao longo do segundo semestre, vamos reunir na FAPESP os
coordenadores de projetos de cada grande tema para as apresentações
individuais e elaborar uma síntese do avanço do conhecimento nessas
áreas temáticas. Essa síntese será apresentada para os avaliadores
internacionais em dezembro”, explicou.
Outro evento já agendado para o dia 10 de fevereiro, na sede da
FAPESP, é o workshop “A multidisciplinary framework for biodiversity
prediction in the Brazilian Atlantic forest hotspot”, organizado pelas
professoras Cristina Miyaki, da Universidade de São Paulo (USP), e Ana
Carolina Carnaval, do City College of New York, nos Estados Unidos. As
duas coordenam um projeto selecionado na segunda chamada de propostas de
cooperação científica dos programas BIOTA-FAPESP e Dimensions of
Biodiversity-National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos (leia mais em http://agencia.fapesp.br/18020).
No período entre 28 e 30 de abril, o professor da USP Roberto
Berlinck promove o workshop “Thinking big about small beings: recent
advances on microbial diversity, ecology and biodiscovery”. No mês de
agosto, a professora da Unicamp Antonia Cecilia Zacagnini Amaral realiza
um workshop do Projeto Biota Araçá/São Sebastião.
Ainda sobre a programação de 2014, Joly destacou uma chamada de
propostas focada em estudos sobre espécies invasoras, prevista para
fevereiro, e outra com foco na área de educação em biodiversidade, ainda
sem data definida.
“A coordenação do BIOTA também planeja envolver sua comunidade de
pesquisadores na efetiva implementação do Programa de Trabalho da
Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos (IPBES), que está sendo discutido e aprovado esta semana
em Antalya, Turquia”, comentou Joly.
FONTE: FAPESP
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