O TOEIC é a certificação muito usada em processos seletivos de empresas, enquanto os testes de Cambridge são reconhecidos por órgãos governamentais e universidades por todo o mundo. Confira!
A decisão de estudar um idioma pode modificar sua vida e abrir caminhos que, sem este passo, seriam inimagináveis. Em 2005, Cristofer Lacerda resolveu morar no exterior durante um ano. Trancou a graduação em Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e partiu para a Inglaterra. O contato com o idioma e a experiência no país do Big Bem levaram o estudante a desejar cursar a universidade lá. Para isso, teria de enfrentar a maratona de testes de proficiência do IELTS –International English Language System, com provas escrita, falada e discursiva.
“Foi um divisor de águas na minha vida e fundamental para minha carreira”, declara Cristofer, hoje com 29 anos e formado em Engenharia Civil pela City University of London. Com o reconhecimento da proficiência em inglês e a graduação internacional, hoje Cristofer pode trabalhar legalmente na Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia e outros integrantes da chamadaCommonwealth, a comunidade de países do império britânico.
A proficiência em inglês e a posterior formação no exterior tornaram o seu currículo, como ele diz, “mais badalado” do que de outros engenheiros sem as mesmas qualificações. Isso faz com que seja assediado por empresas de diversas partes do mundo: “Já recebi propostas de emprego de multinacionais de Trinidad e Tobago, Austrália e Dubai, mas prefiro recusar, pois ficar longe de casa não me atrai”. Ele trabalha atualmente em uma empresa brasileira e está contente com o mercado de trabalho de engenharia por aqui, que considera melhor do que em outros países.
Vulnerabilidade e custos da tradução
Ser fluente em inglês é hoje mais do que uma qualificação: significa economia. Segundo a professora Maria Cláudia Bido, coordenadora-geral do Unilínguas, o instituto de idiomas da Unisinos, a globalização e a crescente importância do Brasil na economia mundial provocam a necessidade de todos se comunicarem melhor com outros países, e o inglês é atualmente a língua do mundo. Ela aponta, porém, a existência de uma vulnerabilidade na realidade de empresários, governos e outros setores no Brasil por conta da dependência de tradutores: “Encarece custos porque algo que poderia ser falado direto entre gerentes, por exemplo, é feito por meio da contratação de um terceiro”. Um tradutor cobra, em geral, R$ 1 mil por uma jornada de 6h.
Além de não entender do tema, o tradutor é neutro e pode não empregar os termos mais adequados. “Se a pessoa faz parte do meio, ela usa uma linguagem com termos mais apropriados, um diferencial hoje ao mercado. Hoje, existem empresários em São Paulo sem conhecimentos de inglês”, diz. Se os negócios dependerem de uma comunicação eficaz no idioma, a situação fica complicada.
Saiba como funcionam os exames de certificação
Para quem se interessa em aperfeiçoar seu inglês e ser fluente na língua a fim de estudar ou trabalhar no exterior, existem várias provas no mercado que emitem diversos tipos de certificação, como TOEFL (Test of English as a Foreign Language) ou IELTS
International English Language Testing System (veja a lista das certificações de proficiência no link abaixo). Algumas empresas também aplicam seus próprios testes, mas a exigência de certificação ou de proficiência é o mais comum. Veja a diferença entre uma e outra:
• Certificação: Comprova a proficiência. Pode-se ser fluente em inglês sem ser proficiente.
• Proficiência: É o reconhecimento formal, a validação do conhecimento de inglês por meio de certificados, como o TOEFL e outros. É avaliada por instituições educacionais estrangeiras.
Como ser aprovado
Mesmo que você já seja fluente em inglês, é importante planejar o que pretende com a certificação. “O aprendizado é um processo cumulativo e planejado. As pessoas acham que existe uma fórmula mágica para passar, mas não existe”, avisa Maria Cláudia. Ou seja, é preciso se esforçar, estudar, é claro – mas, antes disso, refletir sobre o futuro é fundamental. Veja os 5 passos que resumem esse processo:
1. Pense e defina o que você deseja para sua vida. Escolha o caminho que você quer seguir no futuro ou as áreas que pretende estudar.
2. Escolha a área de conhecimento ou de trabalho em que vai atuar.
3. Escolha o país onde pretende estudar ou trabalhar.
4. Escolha a instituição em que pretende estudar.
5. Defina um plano de estudos.
Estes passos são importantes porque é a partir deles que seu futuro será traçado. Para quem aplica o teste, esta é também uma situação de peso: “A responsabilidade é muito grande. Podemos dizer que pode mudar a vida da pessoa e interferir em seus sonhos”, afirma Maria Cláudia, enfatizando o quanto estas decisões – e seus possíveis resultados positivos – são importantes para a vida de uma pessoa.
Está decidido a estudar ou trabalhar em outro país? Entre em contato com a instituição que você escolheu para estudar e verifique qual é a certificação que ela emite. Veja se esta certificação é de seu interesse. Por exemplo, ela é abrangente? Quantos países a aceitam? Algumas certificações têm mais aceitação do que outras; algumas têm ainda maior valor acadêmico ou profissional. Isso vai variar conforme o seu plano de trabalho ou estudos escolhido. O TOEIC (Test of English in International Communication), por exemplo, é mais comumente aceito por empresas em processos seletivos. Já os exames de Cambridge – oferecidos pela Univeridade de Cambridge para todas as faixas etárias, em diferentes níveis – são amplamente reconhecidos por ministérios, órgãos governamentais, organizações profissionais, universidades e faculdades ao redor do mundo. Os exames também são aceitos no processo de imigração para diversos países.
Há também a possibilidade de se realizar um intercâmbio. A maioria dos países não exige certificação, apenas níveis de conhecimento (por exemplo, “B1”, básico de primeiro nível, etc.). Escolas de idiomas, em geral, possuem serviços de auxílio ao aluno, como Unilínguas, da Unisinos, que orienta o aluno de acordo com seus interesses e sugere a ele o que é necessário para que obtenha uma formação lingüística e a certificação adequadas. “Se a pessoa quer, por exemplo, estudar em Cingapura, ela precisa entrar em contato com a universidade do país que escolheu ou com um agente no Brasil, ou com empresas que oferecem serviço de orientação, para saber qual é a certificação aceita por lá”, aconselha a coordenadora do Unilínguas.
Para quem planeja fazer um mestrado ou doutorado, as provas são feitas pelas instituições educacionais vinculadas ao Ministério da Educação, por meio do CNPq/Capes. Em qualquer caso, há datas fixas e regras rígidas, sujeitas à auditoria, como um vestibular.
FONTE: revista.penseempregos
Nenhum comentário:
Postar um comentário