Mercado busca profissionais que sejam criativos e tenham boas noções de programação
Para trabalhar na área de aplicativos móveis, é preciso ter conhecimento sólido em algoritmos e estruturas de dados
O mercado de aplicativos é, sem dúvida, um dos que mais cresce em todo o mundo. Tablets e smartphones a preços acessíveis impulsionam os downloads e aquecem o setor. Se hoje a atividade já movimenta cerca de R$ 68 bilhões no mundo, em 2015 a previsão de crescimento é de, aproximadamente, R$ 88 bilhões (dados da consultoria Gartner, MarketsandMarkets e Forrester Research). Com esse panorama, surgem novas propostas e sobram vagas.
“O mercado está muito aquecido. Hoje um profissional com experiência na área tem rápida inserção nas empresas”, afirma Cristiano André da Costa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (Pipca) da Unisinos. O professor avalia que, embora já haja propostas para quase todo o tipo de demanda, ainda há nichos não explorados pelo setor. Para ele, faltam aplicativos que abordem temas regionais e assuntos específicos.
“Existe demanda para programadores móveis em empresas, mas uma das facilidades do desenvolvimento de apps é que não é necessário o vínculo formal” observa o coordenador do curso de Jogos Digitais da Unisinos Fernando Marson. Ele explica que é possível atuar de maneira terceirizada ou de forma independente, publicando diretamente o material nas lojas online.
Costa observa que, para trabalhar na área de aplicativos móveis, é preciso ter conhecimento sólido em algoritmos e estruturas de dados. É importante também uma boa noção de programação orientada a objetos. “Não há necessidade de conhecer especificamente as bibliotecas e tecnologias específicas dos dispositivos móveis, pois uma vez que o profissional possua conhecimentos de base rapidamente aprende esses conceitos”, destaca.
Para o coordenador, tanto o conhecimento técnico quanto a criatividade são essenciais para esse profissional. Ele ainda esclarece que o desenvolvedor mobile brasileiro sai na frente no segundo quesito: “Temos muita criatividade e, sem dúvida, esse é um dos nossos diferenciais competitivos”. Além disso, para trabalhar com apps a pessoa deve estar disposta a aprender, gostar de trabalhar em equipe, ser curiosa e possuir capacidade de ler em inglês.
O professor Marson destaca outra característica importante para quem quer trabalhar na área. “Os profissionais devem ter um perfil pró-ativo, sempre buscando saber mais”, menciona. Ele ainda enfatiza a capacidade de comunicação interpessoal como um fator importante. “Profissionais com uma boa rede de contatos conseguem ampliar a sua gama de atuação”, salienta.
Investindo na área
Além de coordenar o Programa de Pós-Graduação em Computação Aplicada (Pipca), o professor Cristiano André da Costa também comanda o Laboratório de Computação Móvel e Ubíqua (Mobilab) da Unisinos. Lá, os bolsistas desenvolveram um aplicativo para auxiliar os turistas que visitam a região dos Caminhos de Pedra. O roteiro, localizado na serra gaúcha, abrange 15 edificações históricas e diversos pontos de observação construídos pelos imigrantes italianos. O projeto surgiu da parceria entre o Mobilab e a Associação Caminhos de Pedra.
No aplicativo, o usuário pode pesquisar sobre a história de cada uma das casas, prever o tempo que leva de um prédio ao outro e a distância entre eles, bem como avaliar o que achou de cada ponto turístico. Através do perfil no Facebook, o app também traça o perfil de cada visitante e faz sugestões baseadas nesses dados. “O Caminhos de Pedra não usa um banco de dados tradicional, mas, sim, uma base de conhecimento (knowledge base) que relaciona as informações de forma semântica, ou seja, pelo seu significado. Isso permite descobrir relações, e hábitos a partir do uso dos usuários”, explica sobre o projeto.
Humberto Moura, mestre em Computação Aplicada, é um dos alunos que contribuiu para o projeto. Quando entrou na pesquisa era mestrando do professor Costa e participou da concepção da ideia. “Comentamos que existiam diversos aplicativos no mercado, mas nenhum deles utilizava informações baseadas no contexto de atividades que um turista pode ter no momento da viagem”, lembra. Ele considera que é a utilização das tecnologias inovadoras que diferencia o app dos demais do mesmo segmento.
Atualmente, o aplicativo está disponível para Iphone e Ipad, mas a previsão é de que, no final deste ano, a versão para Android seja lançada. Com um modelo pronto, o objetivo do Mobilab é seguir na linha de turismo, porém explorando outras regiões do Rio Grande do Sul.
Outro aluno da Unisinos que está investindo no setor de aplicativos móveis é Wyllian Hossein, formando do curso de Jogos Digitais. Na empresa em que trabalha, ele desenvolve apps para os sistemas operacionais do Windows, iPhone, iPad e Android. Até agora, os principais projetos desenvolvidos por ele são o Vade Mecum Interativo e o Resposta Correta. O primeiro permite ao usuário ter os Códigos, legislação complementar e súmulas dos Tribunais Superiores, em qualquer lugar. O app tem um dispositivo de busca por palavra-chave que facilita a localização do conteúdo. O outro projeto ainda não foi divulgado.
Quanto ao futuro da área de apps, o desenvolvedor mobile acredita que existe espaço para crescimento. “Se formos ver as lojas de aplicativos hoje elas podem parecer saturadas, mas eu acredito que sempre há espaço para quem faz produtos de qualidade”, afirma. Ele aposta na criatividade e na inovação para seguir prosperando na área.
“O desafio e o aprendizado são constantes, a cada ano saem novas versões dos sistemas operacionais e sempre há algo novo a se descobrir”, observa. O estudante quer explorar os novos gadgets que estão surgindo - como Google Cast, Smartwatches e Galaxy Gear – para, futuramente, desenvolver aplicativos para eles.
FONTE: penseempregos
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