O governo federal apresentou na última sexta-feira, em um evento voltado para secretários e gestores da área de ciência e tecnologia o estudo Agendas Tecnológicas Setoriais (ATSs).
O trabalho visa identificar as tecnologias relevantes para a competitividade brasileira nos setores prioritários do Plano Brasil Maior (PBM) para os próximos 15 anos, considerando a inovação como fator de reposicionamento da indústria nacional.
"Primeiro foi importante identificar se há atores empresariais com capacidade de carregar uma agenda, se no Brasil há infraestrutura e competências tecnológicas disponíveis e se existem instrumentos para sua implantação", explicou. "A segunda fase é de análise dos resultados, realizações de oficinas com representantes da indústria e do governo para apresentar os resultados e relatórios com tecnologias transversais, pois há tecnologias que são consideradas relevantes em várias ATSs," , explicou a diretora da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Maria Luisa Campos Leal.
Oito setores tidos como prioritários pelo Plano Brasil Maior estão sendo pesquisados: petróleo, gás e naval; defesa e espacial; tecnologia da informação e comunicações (TICs); indústria química; complexo da saúde; automotivo; bens de capital; e energias renováveis. Em alguns deles, o estudo já apresentou resultados.
Foram identificadas 74 tecnologias, das quais 16 são consideradas relevantes, ou seja, aquelas que apresentam compatibilidade técnica e configuram viabilidade comercial no mundo em 15 anos e elevada difusão esperada no período de cinco a 15 anos no Brasil.
Além de oferecer indicadores relevantes e projeções para o desenvolvimento tecnológico futuro, mundial e brasileiro, o esforço pretende estruturar um grupo de "inteligência tecnológica para subsidiar as políticas públicas".
"Queremos criar um banco de dados que permita fazer isso, porque é importante ter esse gerenciamento, já que os cenários vão mudando com a chegada de novas tecnologias", explicou Maria Luiza.
Segundo ela, o projeto irá identificar o que é necessário para o país atrair investimentos e centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Com o banco de informações, ela avalia que será possível negociar e fomentar políticas públicas. "A ideia é fazermos gestão com inteligência tecnológica", disse.
E, para ser inteligência tecnológica, "tem que funcionar como um observatório, sendo ajustado, revisto e subsidiado para identificação de modelos de negócios que possam viabilizar a produção de tecnologias relevantes no país", acrescentou.
O estudo divulgado no evento ainda não foi disponibilizado.
FONTE: inovacaotecnologica
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