Carreira do atual presidente do Itaú Unibanco começou com uma expectativa frustrada. Para ele, fugir dos clichês profissionais pode ser uma boa estratégia
Trainees na sede do Itaú Unibanco: para executivo, jovens devem apostar na ideia de excelência como sinônimo de sucesso
O segredo para o sucesso está na excelência. Este é o principal conselho que Pedro Moreira Salles, presidente do conselho do Itaú Unibanco, compartilhou na quinta-feira em mais uma edição do Na Prática, da Fundação Estudar.
E isso não se deve apenas ao fato de que é por meio dela que se pode chegar ao topo. Mas, sim, porque ser excelente deveria ser o melhor sinônimo para a ideia de conquistar o topo – ou o pódio, como queira, segundo ele.
A própria trajetória do empresário revela um pouco desta lógica: seja quando ele deixou o Brasil para estudar no exterior ou ao assumir os riscos da fusão do Unibanco com o Itaú, em 2008, para se consolidar no mercado.
Veja alguns dos ensinamentos dele e confira também as dicas do empresário para forjar um bom currículo.
Fuja dos clichês
“Quando eu faço entrevistas com alunos de MBA dos EUA e Europa, todo mundo quer ir para alguma área que tem terminologia em inglês”, conta. Segundo ele, o problema de correr apenas para setores repletos de glamour é que sua vantagem competitiva tende a diminuir.
Apostar nos “azarões” do mercado pode ser uma estratégia acertada de carreira exatamente pelo mesmo princípio. Em uma área pouco disputada ou valorizada pelo senso comum, as forças tendem a ficar mais ressaltadas, explica Moreira Salles.
Em seu livro mais recente, “David and Goliath”, o escritor Malcolm Gladwell explora exatamente isso. De acordo com ele, temos uma definição errada de ‘vantagem’. “Isso significa que erramos (...) e subestimamos o quanto de liberdade existe no que parece uma desvantagem”, afirmou no livro.
Mudanças de rota podem ser boas
A equação também se aplica às mudanças forçadas de rota na trajetória profissional. E disso, Moreira Salles sabe bem.
Formado em economia e história pela Universidade da Califórnia e com um mestrado em relações internacionais por Yale, o empresário Salles voltou ao Brasil em 1982 no meio das primeiras eleições diretas para governador.
O clima da redemocratização o tocou e o levou a conversar com o então candidato ao governo de Minas Gerais, Tancredo Neves. O político, que viria a ser eleito presidente do Brasil alguns anos depois, então, ofereceu para Salles uma oportunidade no governo do estado – caso fosse eleito.
De tão animado com a perspectiva, o hoje empresário decidiu não voltar para Yale. Os meses se passaram e Tancredo venceu as eleições. A promessa, contudo, não foi cumprida. “Foi a primeira vez que eu considerei o mundo empresarial”, conta. Pelo jeito, deu certo.
Quer sucesso? Faça a diferença
Agora, como saber se a sua estratégia ou mudança de rota funcionou? Simples: “Você se mede em função dos seus sonhos”, descreve o empresário, e no quanto de diferença você fez em cada local que passou.
“Você alterou o status quo? Empurrou a companhia para frente?”, questiona. Quando atingir cada uma das suas metas, “reprograme-se e suba a barra”, diz. “Na medida em que tiver uma ambição alta, de excelência, você sempre pode evoluir”.
FONTE: exame.abril
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