Doutorado, MBA, mestrado profissional, acadêmico, especialização. Quando o assunto é pós-graduação, há uma grande variedade de modalidades disponíveis, com públicos e objetivos diferentes. Caçula entre elas, o mestrado profissional tem ganhado fôlego nos últimos anos.
De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), só de 2011 para 2012, o número de cursos dessa modalidade saltou de 329 para 456, aumento de quase 40. Há cinco anos, eles não chegavam a 190. A maior oferta fica no Sudeste, com 231 opções, seguido pelo Sul do país, com 92.
Apesar de ser uma pós-graduação stricto sensu, o mestrado profissional não se restringe ao ambiente da universidade, tendo como objetivo atender às demandas de estudantes e de instituições que precisam conhecer teorias, ferramentas e métodos científicos para aplicações no ambiente do trabalho.
Assim, é possível usar essa formação tanto para o ambiente corporativo, com enfoque mais prático, como para seguir a carreira como professor ou pesquisador. O mestrado profissional tem sido muito procurado por executivos que estão prestes a assumir (ou já ocupam) um posto de gerência, sendo mais recomendado para quem tem entre três a cinco anos de carreira. A vantagem de já possuir alguma experiência é a de que, nesse caso, o aluno já vem com problemas reais e usa o curso para solucioná-los.

COMO SURGIRAM


Os primeiros cursos de mestrado profissional surgiram em 1999, mas a modalidade ganhou força a partir de junho de 2009, com a publicação no Diário Oficial da União de uma portaria destinada a regulamentar sua oferta. Esse documento também flexibilizou os trabalhos de conclusão de curso, que até então deveriam ser apresentados apenas em formato de dissertação, como nos mestrados acadêmicos.
A partir desta portaria, os trabalhos de conclusão de curso podem ser apresentados em diferentes formatos, como artigos, publicações tecnológicas, desenvolvimento de aplicativos ou mesmo uma dissertação, entre outros. O processo de seleção para o curso pode incluir análise de currículo, entrevista e até teste de língua estrangeira. Ao final do aprendizado (duração de cerca de dois anos), o aluno apresenta seu trabalho, que será avaliado por uma banca, e recebe o título de mestre profissional.
O curso pode ser gratuito, em instituições públicas, mas também há a oferta de mestrados profissionalizantes pagos, com valores que variam de acordo com o curso e a instituição, com mensalidades próximas às cobradas nos MBAs. Vale lembrar que é possível conseguir financiamentos ou mesmo bolsas de estudo para a modalidade.

EXPERIÊNCIA APROVADA


Quando comparado com o mestrado acadêmico no teor de suas aulas, é possível dizer que o profissional se atém menos às teses e mais às consequências e casos reais, com argumentos empíricos norteando as discussões nos grupos de trabalho.
Entre os setores com maior oferta de cursos para mestrado profissional, destaque para engenharia, com 64 opções oferecidas, administração (47), odontologia (21), ciências agrárias (21 ), ciências ambientais (17) e economia (15). Mas também há oferta para carreiras menos conhecidas, como tecnologia de materiais e processos industriais ou biotecnologia e gestão vitivinícola (relativa ao cultivo da uva e produção do vinho).
Na área jurídica, a Escola de Direito de São Paulo da FGV lançou seu curso de mestrado profissional, apresentado como o primeiro do Brasil. A nova oferta tem duas linhas de pesquisa, voltadas para as áreas de direito dos negócios e tributário, e cinco disciplinas obrigatórias, entre elas novos desafios do direito e métodos analíticos empresariais.