Os sintomas são evidentes e estão claros para as pessoas conectadas às transformações causadas pela tecnologia: o fim da tradicional equipe de criação, com suas já conhecidas mesas dominadas por telas de iMacs, está próximo.
Prova disto é o crescimento de plataformas focadas em profissionais freelancers, como o Elance, que realizou um estudo indicando que 2017 é o ano em que as contratações de profissionais online ultrapassarão os modelos tradicionais, como o CLT.
A gota d’água que me fez chegar a esta conclusão foi quando o diretor de criação de uma das agências mais quentes do país confessou que estava cada vez mais difícil contratar um designer para integrar sua equipe. Segundo ele, os potenciais candidatos, mesmo os recém-formados, estão preferindo trabalhar por jobs e ficam livres para decidir os projetos em que vão atuar, do que se comprometerem com um trabalho diário, com horários definidos e sem flexibilidade.
Novos talentos não estão mais interessados em trabalhos formais com dedicação exclusiva. Eles já perceberam que podem viver o grande sonho e viajar pelo mundo com um laptop em mãos, atendendo clientes em todo o planeta no espaço virtual. Muitos desses talentos são especialistas, cada vez mais difíceis de encontrar localmente e retê-los exclusivamente dentro de uma empresa.
Esta realidade mostra como os profissionais de design vêm ganhando novas possibilidades de trabalho.
Em 2001, quando a LogoWorks surgiu nos Estados Unidos, vendendo pacotes de design gráfico online para pequenas empresas, causou estranhamento entre os designers. A startup americana trouxe o serviço de design para o mundo virtual, produzido por uma rede de profissionais freelancers espalhados pelo país. O modelo foi, simplesmente, uma forma de atender a demanda reprimida de microempresas, marginalizada do processo tradicional de criação que envolvia a contratação de uma agência, com preços fora da realidade para este segmento.
Mesmo não indo para frente após anos de esforço empresarial, capital de risco e pioneirismo, a LogoWorks, que depois de se consolidar no mercado foi vendida para a HP e fechada pouco tempo depois, foi a responsável pelo pontapé inicial de transformar o design em um negócio digital. Grandes redes de freelancers da indústria criativa se juntaram. Fóruns de designers passaram a ser o repositório de todo conhecimento novo que fosse criado na área. Um destes fóruns, o Sitepoint, empresa de origem australiana sediada em Melbourne, foi o pivô desta revolução.
Em 2007, os designers da comunidade do Sitepoint brincavam de um jogo chamado ‘Photoshop Tennis’, uma brincadeira que consiste em partir de um briefing falso e trocar conceitos criativos sobre ele. Um belo dia, um dos designers, que era ótimo criador de interfaces para web, mas péssimo em conceber identidades visuais, perguntou ao grupo se topariam realizar a brincadeira com um briefing de verdade, com a promessa de um prêmio ao vencedor. Todos toparam!
Após esta iniciativa, novos briefings reais foram enviados na sequência e, em 2008, com o sucesso do modelo, os fundadores do Sitepoint lançaram a 99designs, como uma spin-off de sua equipe. Logo, a empresa conquistou profissionais das mais diversas nacionalidades e, hoje, é o maior marketplace de design gráfico do mundo, com uma comunidade de mais de 250 mil designers ativos em mais de 150 países. Seus maiores clientes são agências de marketing, eventos, mídia digital e design.
Como dizem os evolucionistas, vencerão não os mais fortes ou inteligentes, mas aqueles com maior capacidade de adaptação ao ambiente. E você? Consegue enxergar os sintomas desta revolução? Está pronto para enterrar sua equipe fixa e abraçar o mundo da flexibilidade criativa?
FONTE: mundodomarketing
Nenhum comentário:
Postar um comentário