quarta-feira, novembro 20

O design organizacional do século 21


Quais são as dimensões mais importantes do design organizacional? E como fazer o design em organizações hierárquicas tradicionais? Confira alguns questionamentos de Thomas Malone.

O professor Thomas Malone afirmou que o design organizacional está mudando. Para ele, os novos modelos, muitas vezes mais descentralizados, estão se tornando cada vez mais atraentes. Contudo, não  há como negar os modelos de design organizacional que já existem. "Se você souber quais são os modelos comuns, não precisará ficar redescobrindo-os". Malone explicou que todos os modelos organizacionais podem ser concebidos em termos das quatro perguntas básicas:


- O quê? - envolve estratégia 
- Por quê? - incentivos 
- Como? - estrutura e processo
- Quem? – pessoal


Malone ressaltou que há alguns modelos muito comuns no modo como as atividades são agrupadas e vinculadas em hierarquias. E como as atividades podem ser agrupadas? O professor divide os agrupamentos por tipos de organização:

- Organização funcional - apresenta economias de escala nos departamentos funcionais, conhecimento aprofundado e habilidades aprimoradas, permite à organização atingir metas funcionais, mas pode levar a acúmulo de decisões na cúpula e sobrecarregar a hierarquia.

- Organização divisional (produto, geografia, cliente, mercado) - adequada a mudanças rápidas e inovações em ambientes instáveis, é mais fácil de adaptar a diferenças em produtos, regiões, clientes e descentraliza a tomada de decisões.

- Organização matricial - permite coordenar exigências vindas de duas partes, é adequada a mudanças rápidas e ambientes em transformação acelerada e promove habilidades funcionais e divisionais.

- Organização front-back - é uma maneira alternativa que vai além do modelo matricial de otimizar várias dimensões ao mesmo tempo. Geralmente adequada a organizações grandes e complexas.

De acordo com Malone, esses agrupamentos se conectam através de processos de coordenação lateral, que variam de acordo com a ordem de coordenação exigida e tempo da gerência e dificuldades, podendo estabelecer conexões desde uma comunicação informal, passando por grupos formais de trabalho, gerências de integração chegando até os modelos apresentados pelas organizações matriciais e levando em consideração a maneira como se reportam hierarquicamente.

Por que as pessoas realizam as atividades - Quem realiza as atividades? Como as pessoas são selecionadas? Quais habilidades elas possuem? Quais atividades são realizadas por pessoas e quais por máquinas? Malone afirma que fazer essas perguntas é algo extremamente importante para se chegar ao porquê das pessoas realizarem as atividades nas empresas. Ele garante que os detalhes acerca de quem realiza as atividades e por que o fazem são mais variados, porém chama a atenção para os incentivos financeiros e sociais, que envolvem convivência, competição e reconhecimento. Além do prazer intrínseco, que baseia-se em fatores como a curiosidade e o desafio.

O exemplo do Google - O que Google faz para estimular a inovação? Segundo Malone, há uma série de motivos para isso, e destaca os principais: os engenheiros podem dedicar até 20% de seu tempo em projetos próprios, eles formam equipes de projeto pequenas – de três a cinco pessoas-, fazem uma lista de projetos com os 100 melhores, há uma “gratificação de fundadores” em dinheiro, o recrutamento é muito rigoroso e fazem inovações por aquisições. “Parte de tudo o que O Google trouxe de inovações nos últimos anos, veio destas iniciativas”, afirma. O professor ressaltou, contudo, que muitas partes da empresa são administradas de forma tradicional, como departamentos jurídico e financeiro. “O design é diferenciado principalmente nos departamentos mais criativos da empresa. Mas a estrutura para eles funcionou muito bem”.

Thomas Malone ressaltou que para que um modelo funcionar bem, todos os seus elementos têm de estar alinhados. “As pessoas fazem as coisas por dinheiro, por amor, e pela glória”, concluiu.


FONTE: hsmeducacao


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