A dissertação é uma das exigências fundamentais daquilo que se convenciona chamar de “programa de mestrado”. Para fins de distinção, os programas de mestrado que exigem a elaboração de uma dissertação final são chamados de “mestrados acadêmicos”, enquanto que outros programas semelhantes de estudos, que nada exigem ao seu final, ou exigem trabalhos sem o mesmo rigor científico da dissertação, são chamados de “mestrados profissionalizantes”.
No Brasil, a distinção entre um mestrado “profissional” e um “acadêmico” ainda é confusa, e só agora o mestrado profissional começa a ser seriamente discutido. Doravante, estaremos nos referindo apenas ao mestrado acadêmico, o qual irá conferir o título de “Mestre” na particular opção oferecida dentro de um campo mais amplo de conhecimento.
Formalmente, a dissertação é um trabalho escrito, com a pretensão de ostentar o rótulo de “trabalho científico”. Esta qualificação irá impor sobre a dissertação um conjunto de regras e procedimentos que, embora ligeiramente variáveis de um momento para outro e de escola a escola, guardam entre si certas comunalidades. Esses aspectos em comum é que irão caracterizar o trabalho científico ou pesquisa científica.
A dissertação é elaborada pelo aluno com o auxílio de um professor orientador, sendo apresentada sempre ao final de um programa de mestrado. A apresentação implica na entrega do documento (texto da dissertação) a um órgão que administre o programa; implica na escolha de uma banca de examinação, composta pelo professor orientador e por mais dois professores, dos quais um será obrigatoriamente de outra instituição de ensino que não a ofertante do programa; implica na defesa oral do candidato, de sua dissertação, perante essa mesma banca. Sendo aprovado, o candidato receberá o título de mestre, já aludido.
Além da dissertação, o aluno deve, ao longo do programa de mestrado, cursar disciplinas, designadas costumeiramente como “créditos”. Os créditos são estabelecidos em função do número de horas de estudo que representam; o número de horas de estudo é geralmente fixado em lei.
Qualquer programa de mestrado acadêmico, pois, é formado de duas partes indispensáveis: os créditos e a dissertação. Por se constituírem em fenômenos mais visíveis, os créditos, ou seja, as disciplinas, acabam por receber uma grande atenção dos alunos e da coordenação dos programas, sendo a dissertação deixada provisoriamente em segundo plano até que os créditos sejam completados.
Esta atitude não é seguramente a melhor e tem prejudicado muito a apresentação futura da dissertação, gerando o fenômeno conhecido como “fazer tudo, menos a dissertação”. Na verdade, a palavra “tudo” é completamente enganosa. Se pensarmos que o programa de mestrado só merece esse nome se levar à obtenção do título de mestre, o que é impossível sem a defesa da dissertação, então “fazer tudo, menos a dissertação” significa pouco mais que um curso de atualização ou aperfeiçoamento.
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