Se não tivesse olhado duas vezes para aquele cartaz sobre um concurso de criação de brinquedos de pelúcia em um mural da universidade, a carreira de Helder Filipov, de 26 anos, poderia ter tomado outro rumo. O designer, que hoje trabalha na área de Advanced Design da Whirlpool Latin America, viu nos prêmios de design uma chance de incrementar o currículo e ter um diferencial na hora de buscar uma vaga no mercado de trabalho. “Eu queria descobrir um jeito de me destacar, mesmo tendo pouca experiência profissional”, explica.
Helder convidou então um amigo, Diego Silvério, e ambos se inscreveram e venceram juntos o primeiro lugar do concurso com o boneco Polvilho. A partir daí, passou a buscar ajuda da universidade em que estudava, a UFPR (Universidade Federal do Paraná), e dos professores para conquistar novas premiações. O resultado é de inspirar qualquer estudante da área. Entre os muitos prêmios conquistados por Filipov antes de terminar a faculdade, estão o 2º lugar no Prêmio Tok&Stok Design Universitário, 1º lugar no Prêmio Design Movelpar, Bronze no IDEA Brasil, além de ter sido finalista do iF Concept Design Award em 2009.
Com o brinquedo de pelúcia Polvilho, Hélder e Diego foram premiados com o 1° lugar no Concurso Cultural Ricsen
Claudia Facca, coordenadora do curso de Design de Produto do Instituto Mauá de Tecnologia, diz que não apenas encoraja, como também “obriga” seus alunos a realizarem inscrições em prêmios de design. “A melhor forma de fazê-los perceber a importância desse diferencial é inserir nas disciplinas obrigatórias do curso os projetos relacionados aos prêmios, de forma que eles desenvolvam os projetos acadêmicos e ao mesmo tempo tenham material de qualidade para os concursos”, explica.
Para Cláudia, as vantagens de ter, já na faculdade, um prêmio no currículo vai muito além dos pontos a mais no portfólio. “É uma oportunidade que os jovens têm de solucionar problemas no mercado que são baseados em necessidades reais”. Ela também acredita que um prêmio se torna uma vitrine dos trabalhos do profissional, funcionando como uma propaganda para aqueles que ainda não possuem visibilidade no mercado profissional.
A representante brasileira do iF Design Awards no Brasil, Juliana Buso, conta que o mercado está de olho nos premiados. “Temos casos de premiados no iF que receberam propostas de empresários interessados em fabricar seus projetos para expor e, até mesmo, para trabalhar em escritórios consagrados”, explica. Helder é prova disso. Já nos primeiros estágios, o currículo lotado de prêmios foi fator decisivo em suas contratações. Ao terminar o curso, ele logo percebeu que aqueles candidatos que tinham prêmios no portfólio recebiam o dobro de atenção em processos seletivos. “Os projetos sem premiação não despertavam tantas perguntas quantas as que os projetos premiados faziam”, conta. Vender o peixe se tornou uma tarefa mais fácil.
Agora formado, o designer da Whirlpool não abandonou os concursos. Só em 2011 ele conquistou, entre outros prêmios, o 1º lugar no iF Design Award e 1º lugar no Museu da Casa Brasileira. Seu gosto pelos prazos e inscrições lhe rendeu também uma nova tarefa: Hoje, na Whirlpool, Filipov é o responsável por fazer as inscrições de todos os projetos de design em concursos nacionais e internacionais. Tudo isso graças ao aprendizado que teve com a prática constante de inscrever seus projetos em premiações.
Fonte: Design Brasil
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