Não há muito tempo, surgiram às primeiras redes sociais e, claro, logo depois as ferramentas de monitoramento que nos ajudavam - e ajudam - a quantificar as informações geradas pelo meio. Na época, Orkut ainda era Brasil e Brasil ainda era Orkut (viva os gifs!). Já nesse passado longínquo - mas não tão distante - algumas marcas e profissionais começaram a perguntar como analisar tal movimento midiático. Como, o que, quem, quando e - na época - principalmente quanto? No entanto, tanto os avanços das tecnologias, como o amadurecimento analítico do meio, permitiram a consolidação do valor midiático das redes sociais. As APIS evoluíram, as empresas de monitoramento integraram, em grande parte, o SAC 2.0 a suas plataformas e o mercado seguiu.
Hoje, as redes sociais possibilitaram um bom amadurecimento da relação das marcas com seus consumidores, uma grande demanda comunicacional reprimida pela falta de interação nos sistemas analógicos e de dispersão por difusão. Assistimos e participamos de uma segunda tendência comunicacional na relação triádica: redes sociais, marcas e usuários-consumidores. A possibilidade de impacto midiático segmentado por classificação temática transversa ao desenho de cluster de usuário há pouco tornou-se realidade. Midiaticamente estamos assistindo a uma importante transformação. As marcas podem impactar com pertinência por demanda analisada on time e os usuários ganham o benefício de serem impactados por marcas e/ou produtos de seu interesse. Se trata, praticamente, do alongamento da voz do consumidor. Se o trabalho de relacionamento só começa na venda - SAC 2.0 - agora, deve e pode acontecer na demanda declarada. As mídias sociais, hoje, permitem analisarmos o processo de relacionamento capital do consumidor com um produto e marca desde a pré-venda.
O tipo de exposição midiática e a proximidade do primeiro impacto com a possível venda se transformaram. Em muitos casos a venda já começa no primeiro clique, enquanto até pouco tempo atrás as relações com os veículos de comunicação, em sua maioria, eram limitadas tecnologicamente a serem um canal de convencimento. Agora, no digital, o conteúdo midiático comercial tem a liberdade de não ser de convencimento e ser apenas uma resposta a uma demanda comercial. Um usuário postou que deseja comprar um tênis e poucos minutos depois é impactado com uma peça que oferta o seu desejo. Mas para não falarmos que o convencimento não é mais necessário (sempre é), vale apontarmos para o seu deslocamento de conteúdo. Com a oferta sob demanda, a transação comercial pode focar diretamente (e, claro, que criativamente também) na relação do valor material, afinal a relação do valor conceitual já foi medida pelo subjetivo antes da demanda - a história não se anula, a história cresce sobre si mesma.
Claro que ainda estamos falando do nosso velho processo de oferta e demanda, do valor em relação ao benefício e de outros grandes conhecidos. Porém, sob outra ótica, sob outra dinâmica relacional e, principalmente, sob um novo olhar analítico. As possibilidades de custom audience, se mantidas sob uma equilibrada ética com o usuário, deverão gerar interessantes benefícios para todos os agentes envolvidos no ciclo. Inclusive para as redes sociais que, após receberem grandes quantidades de investimento, precisam gerar capital para o próximo movimento produtivo. Afinal, são - em sua grande maioria - de uso gratuito.
FONTE: Adnews

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