domingo, maio 25

MBA não garante salário maior, diz especialista; veja dicas para escolher



Um MBA (Master in Business Administration)  deve ser cursado somente se o profissional pretende ocupar uma posição gerencial. E o curso, por si só não garante aumento de salário automático. Isso vai depender de como o profissional aplicará o conhecimento adquirido.
Essa é a visão de Armando Dal Colletto, diretor-executivo da Anamba (Associação Nacional de MBA) e professor da Business School São Paulo. Ele explica o que é um MBA, como  pode contribuir para fazer sua carreira decolar e dá dicas para escolher o melhor curso. Leia a seguir trechos da entrevista concedida ao UOL.
Arquivo pessoal
MBA deve ser feito por quem almeja uma posição gerencial
UOL - O que é e para que serve um curso de MBA?
Armando Dal Colleto - O MBA é um curso que desenvolve habilidades e competências relacionadas à gestão de negócios e organizações. Aborda temas fundamentais e imprescindíveis para o entendimento da administração e foca competências essenciais para o exercício da liderança, desenvolvimento de pensamento analítico e estratégico, visão global e gestão de recursos humanos.
Um MBA capacitará o profissional para a tomada de decisões gerenciais em ambientes complexos de negócios e pode oferecer uma experiência valiosa para a carreira.
Como o MBA pode contribuir para a carreira do profissional?
As atividades de discussão e troca de experiências capacitarão o profissional para os desafios diretivos, atuação em ambientes turbulentos e com foco internacional, além de proporcionar uma visão abrangente e interdependente do ambiente de negócios.
Todas essas qualidades são exigidas dos executivos quando empresas líderes buscam profissionais de gestão. Adicionalmente, o networking cultivado durante o curso permitirá um relacionamento duradouro com gestores e futuros líderes de diferentes segmentos, o que possibilitará encontrar novas oportunidades e desafios. 
Um MBA pode elevar o valor do salário do profissional?
Existem pesquisas que correlacionam anos de estudo e maior remuneração.  O MBA não foge a essa regra. Em tese, assim como outras qualidades que um profissional adiciona ao seu currículo, o MBA favorece uma maior remuneração. Mas vai depender, também, de como o profissional aplicará o conhecimento adquirido, do seu desempenho e da imagem e qualidade do curso.
Quanto custa fazer um MBA?
Aqui no Brasil, há cursos mais acessíveis e sem diferenciais importantes com preços entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Atendem basicamente requisitos de carga horária e perfil de docentes do MEC e não possuem credenciamento especifico de qualidade.
Um MBA deve ser cursado somente se o profissional pretende ocupar uma posição gerencial.
Há cursos oferecidos por escolas de maior qualidade e que oferecem cursos com carga horária bem acima dos requisitos do MEC e professores altamente qualificados com preços que oscilam entre R$ 35 mil e R$ 60 mil. Esses cursos têm credenciamento especifico de MBA que garante os padrões de qualidade.
Temos ainda os cursos que são oferecidos parcial ou totalmente em outro idioma como o inglês (R$ 60 mil a R$ 150 mil). Em geral, podemos dizer que os cursos são respeitados e valorizados pelos recrutadores na proporção da sua imagem e do seu custo.
Que tipo de profissional deve fazer um MBA?
Um MBA deve ser cursado somente se o profissional pretende ocupar uma posição gerencial. Além da vocação, precisamos de uma experiência mínima que catalise essa transformação.
Três a cinco anos de trabalho, em média, dão essa base e permitirão que o aluno consiga trazer experiências de valor para trocar com seus colegas e professores. Diferentemente da graduação, onde os alunos chegam inexperientes, no MBA, a experiência é um pré-requisito necessário.
Quem não precisa de um MBA?
Enquanto o profissional ocupa cargos mais especializados e ainda não assumiu responsabilidades iniciais de coordenação ou liderança, um curso focado num tema especifico pode trazer benefícios mais rápidos na sua carreira.
São cursos de pós-graduação de menor duração (um ano a um ano e meio). Em geral, são chamados de master em assunto especifico como gestão de projetos, controladoria etc.
Como escolher um bom curso de MBA?
Temos basicamente dois tipos de cursos de MBA: os executivos com duração de dois anos, de caráter totalmente abrangente e que têm um público mais maduro que já ocupa posições de direção. Aqui o que é mais valorizado é a internacionalidade [visão globalizada], aspectos de liderança, troca de melhores práticas de mercado e intensa discussão de casos e contatos com executivos.
O outro grupo é formado por MBAs que oferecem um "mergulho" maior em determinada especialização como marketing ou finanças, por exemplo. Esses cursos geralmente têm 70% de assuntos correspondentes aos temais gerais e fundamentais da gestão, seguidos de 30% em uma determinada especialização.
Esse tipo de MBA atrai um público em momento de carreira anterior, que valoriza e necessita de uma combinação de competências, associando temas gerais com os especializados por ainda estar na transição ou inicio da carreira gerencial.
Na hora de escolher um curso de MBA, os itens mais valorizados pelos alunos, de acordo com pesquisa realizada pela Anamba são: imagem da instituição e do curso; grade curricular; recomendação de alunos; perfil do corpo docente; módulos internacionais e ranking de avaliação dos cursos.
Busque um curso que selecione os alunos de fato. Isso garantirá colegas de qualidade e o ambiente de aprendizado será fértil. Um bom curso precisa de bons professores e bons alunos.
Vale a pena fazer MBA no exterior?
Essa alternativa é reservada aos que podem se ausentar do trabalho por períodos mais longos ou mesmo abandoná-los em prol da vivência em outro país. Vai valer a pena se o objetivo é a experiência internacional mais profunda ou se a intenção é cursar uma determinada escola renomada internacionalmente. Sem dúvida, o custo será muito maior.
Um curso em escola renomada como Harvard ou UCLA custa cerca de US$ 55 mil por ano e as despesas adicionais para uma pessoa podem chegar a mais US$ 40 mil. Logo, considerando as passagens de uma viagem de ida e volta, estamos falando de quase US$ 200 mil ou cerca de R$ 450 mil.


FONTE: economia.uol

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