Os limites entre homem e tecnologia vêm se tornando cada vez mais tênues, tendência que deverá se acentuar ainda mais com a crescente integração entre objetos e a internet, que é conhecida como a "Internet das Coisas", (IoT, em inglês). Temos exemplos e ideias deste movimento vindos de todos os lados: desde geladeiras inteligentes que avisarão (ou vão comprar direto?) quando um produto acabar até o "carro-smartphone" que avisará ao seu seguro como você anda dirigindo.
Essa poderosa rede de informações, que gerará infinitos terabytes sobre tudo o que você faz, será alimentada por centenas de bilhões de objetos identificáveis e que poderão interoperar uns com os outros, com data centers de empresas, governos ou nuvens computacionais. Até 2020 serão 26 bilhões de devices conectados contra "apenas" 900 milhões em 2009, de acordo com estimativas da consultoria Gartner. Fora os milhões de sensores de informações que deverão "digitalizar" sistemas até então analógicos, como reservatórios de água, energia e na produção de alimentos. Além disso, o mercado de dispositivos sem fio com conexão à Internet deve movimentar entre US$ 2,7 trilhões e US$ 6,2 trilhões em valor econômico anualmente até 2025, segundo o McKinsey Global Institute, braço de pesquisa da consultoria McKinsey Company Inc.
Além dos devices pessoais, a IoT vai "aglutinar" o mundo digital com o mundo físico, permitindo que objetos e corpos humanos façam parte de um sistema de informações totalmente integrado. Não será apenas a sua geladeira que será conectada a uma rede, mas você também. E já temos vários exemplos: desde a lente de contatos que mede o nível de glicose que o Google vem desenvolvendo para diabéticos, até o sistema da Ericsson que permite que o corpo humano transmita informações para devices.
É evidente toda a conveniência e economia de recursos que a IoT poderá trazer para a sociedade. Por outro lado, cresce o desafio das empresas de gerenciar seguramente esse vasto volume de informações gerado. Para alguns é uma evolução natural da tecnologia, para outros certamente causa arrepios e receios. Acredito que tudo depende do nível de transparência com que seremos tratados por empresas e governos quando o assunto forem as nossas informações. Entretanto, vale lembrar que aquele argumento "você escolheu estar em uma rede social, portanto abriu mão da sua privacidade" talvez não seja tão válido em um mundo no qual provavelmente não teremos um "opt out" para rejeitarmos o rastreamento e utilização dos nossos dados. No Brasil, este tema está sendo debatido neste momento em função do Marco Civil.
Além disso, os questionamentos sobre segurança de dados provavelmente deverão ir além das informações pessoais e assumir um debate sobre segurança nacional, já que estamos falando também de usinas de energia e plantações conectadas. Em tempos de espionagem 3.0, seria muita paranoia desconfiar das singelas geladeiras inteligentes que andam lançando por aí?
FONTE: adnews

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