segunda-feira, outubro 21

A vez da Engenharia: formação está em alta no mercado de trabalho

Profissão é apontada como uma das mais promissoras, mas se desdobra em diversas áreas

SXC.HUEm média, o engenheiro químico ganha R$ 5.815,28 e o civil R$ 5.768,19 no Brasil
Inúmeras pesquisas de tendências sobre as profissões mais promissoras trazem a carreira de engenharia no topo da lista. A própria presidente Dilma Roussef já disse que faltam engenheiros no país. Em 2011, o Brasil formou 44.775 engenheiros, uma alta de quase 50% em cinco anos, mas as vagas abertas na área superam esse número.
Basta, então, ser engenheiro para ter emprego garantido? “As áreas mais tradicionais ainda são as mais procuradas. A segurança de saber onde os profissionais atuam e o papel no mercado de trabalho faz com que as escolhas ainda sejam conservadoras, ainda que o interesse pelas carreiras das engenharias tenha aumentado”, diz o decano da Escola Politécnica da Unisinos, Carlos Moraes.
Com programas como o PAC, a procura por engenheiros civis é maior, certamente. Mas a política industrial do país tem mudado e a demanda por engenheiros de materiais, química, ambiental, eletrônica e cartográfica também cresceu significativamente. No entanto, os jovens que se formam nessas áreas ainda não dão conta da demanda do país. Segundo a Federação Nacional dos Engenheiros, até 2015 o Brasil vai precisar de 300 mil novos profissionais qualificados nessa área.
No Rio Grande do Sul, há carência por profissionais formados em Engenharia Ambiental,Cartográfica e de AgrimensuraControle e AutomaçãoEnergiaMateriais e Química. “Fala-se muito sobre as novas tecnologias, semicondutores, produção do aço, nanotecnologias, mas pouco se reverte esses temas no tipo de profissional fundamental para essas áreas”, aponta Moraes.
No núcleo do material


Eduardo Rodrigues fez técnico em química e até chegou a começar a graduação em Engenharia Química, mas desde o Ensino Médio desenvolvia pesquisa utilizando materiais. Quando foi contratado pelo ITT Fuse, há quase um ano, decidiu mudar para Engenharia de Materiais. Ele trabalha com microscopia eletrônica e faz desde avaliação de propriedades a análises das microestruturas e químicas de materiais como polímeros e cerâmicos. “Pesquisar é parte fundamental do trabalho do engenheiro de materiais, porque precisamos trabalhar dentro dos processos que já existem e inovar o uso que se dá aos diferentes tipos de materiais”, disse.

Depois de passar pela formação básica em engenharia, que inclui cálculo, física e química, além de ética, e pela profissionalizante, os cursos de engenharia seguem para a aplicação desses conhecimentos nas áreas escolhidas. No caso da Engenharia de Materiais é o trabalho com metais, polímeros, cerâmica e materiais funcionais, como os semicondutores, os biomateriais e os nanomateriais. “As indústrias precisam hoje de pessoas que desenvolvam produtos, novos materiais, mas que também possam atuar junto da área comercial, junto ao cliente que vai utilizar o material criado”, conta a coordenadora do curso da Unisinos, Tatiana Rocha.
A demanda pelo profissional dessa área no RS é grande, mas ainda há poucos disponíveis no mercado. Hoje, por exemplo, 80% dos engenheiros de materiais que atuam em algumas empresas do Polo Petroquímico vêm de São Paulo. “Esse é um profissional que tem emprego garantido antes mesmo do fim do curso", apontou.
O olhar da engenharia ambiental sobre os semicondutores


Aluna do 6º semestre de Engenharia Ambiental, Tamires Augustin da Silveira trabalha na HT Micron. “No geral, as pessoas acham que a área de atuação do engenheiro ambiental é limitada. Ao contrário, ela é muito abrangente. Qualquer empresa, no futuro, precisará de um engenheiro ambiental, não só para cuidar dos resíduos, mas também para trabalhar no desenvolvimento de novas tecnologias e oportunidade de melhorias para a empresa, não tendo o meio ambiente como um obstáculo”, contou a estudante.

Há dois meses, ela começou a atuar na área de gestão da qualidade na empresa de semicondutores, que será, quando a fábrica estiver pronta, a maior da América Latina no setor. “O profissional precisa trabalhar seu ponto de vista a partir de várias áreas da engenharia. Algumas empresas ainda optam por contratar consultorias, que respondem por uma questão específica, mas a tendência é que as indústrias contratem engenheiros ambientais para atuar de forma integral e conheçam todo o processo produtivo. Isso é fundamental para que a empresa cresça e possa criar soluções que minimizem impactos ambientais”, conta a coordenadora da graduação, Amanda Gonçalves Kieling.
Salário


Um estudo feito pelo Ipea em 2012 mostrou que as carreiras da engenharia têm os melhores salários do país, junto da medicina. Em média, o engenheiro químico ganha R$ 5.815,28 e o civil R$ 5.768,19. As jornadas de trabalho também são as maiores. Em média, os profissionais de Engenharia Mecânica, Metalúrgica e Produção trabalham mais de 42 horas semanais. A média de contratação também é uma das melhores do país. Cerca de 90% dos profissionais recém-formados já estão trabalhando antes da formatura.


FONTE:  Unisinos

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