quinta-feira, outubro 31

Estudo mostra que homem da geração Y aceita ambiente corporativo mais feminino


Ter chefes e funcionárias mulheres, bem como dedicar-se mais a família, não é problema para a maioria, segundo pesquisa da Mazars realizada em 60 países, incluindo o Brasil


Pesquisa feita com homens da geração Y – nascidos a partir do final da década de 70 – mostra que os homens de hoje aceitam um ambiente corporativo mais feminino, o que indica uma grande mudança em relação aos parâmetros tradicionais. Dos 750 executivos pesquisados nos cinco continentes, 57% aceitam a liderança feminina. Dos que têm alguma preferência, 33% optariam por ter homens como chefes, enquanto 10% dizem que preferem ser gerenciados por mulheres. Quando se trata de subordinados, para 68% não há diferença em chefiar homens ou mulheres. Cerca de 14% confessam preferir ter equipes de trabalho eminentemente femininas e 8% preferem ter funcionários homens.
Os dados foram colhidos em pesquisa realizada neste ano pela Mazars, empresa de consultoria e auditoria global. “O estudo demonstra que a convivência entre homens e mulheres nas esferas de poder entrou numa nova era, mais cooperativa”, analisa Milena Bizzarri, Gerente de RH da Mazars.
A pesquisa da Mazars mostrou ainda que 70% dos homens estão dispostos – ao menos temporariamente- a abrir mão da carreira para se dedicarem aos filhos. Do total, porém, 16% dos entrevistados dizem que, apesar de desejarem se dedicar mais à família, não consideram que isso seja possível na prática. Outro dado que mostra mudança de mentalidade: 80% dos homens acham que dividir tarefas em casa é absolutamente normal – somente 13% acham que a mulher deve ficar responsável pela família e tarefas domésticas.


Mulheres ameaçam? – O estudo mostrou ainda que 52% dos entrevistados nunca se sentiram ameaçados por mulheres em seu ambiente de trabalho. Cerca de 3% se sentem muito frequentemente ameaçados, 5% frequentemente ameaçados, 21% algumas vezes e 14% raramente (5% não responderam). No que se refere a características profissionais, o grupo identifica como características femininas no trabalho a ambição e a independência. Para 81% do grupo pesquisado atributos como “colaboração” independe de sexo, bem como “confiabilidade” (72%), “altruísmo” (74%) e “capacidade de inovação” (71%). Entretanto, a proporção diminui quando se fala em “liderança”: 39% creem que a liderança é mais facilmente encontrada nos homens.


Traços – A pesquisa constatou também que as fronteiras entre o masculino e o feminino estão ficando cada vez mais vagas. Para 46% dos entrevistados, os homens estão ganhando mais traços femininos, e, para 43%, as mulheres estão adquirindo traços masculinos. Apesar da mistura, a maior parte dos entrevistados ainda atribui aos homens traços como força física, coragem e determinação. Apesar dos avanços, quando perguntados a respeito das tarefas específicas, ainda há a tendência de atribuir a mulheres tarefas tradicionalmente feitas por elas. Cerca de 40% dos homens acham que “limpar” é uma atribuição feminina, enquanto 43% dizem que “dirigir” é uma função do homem.

O estudo feito pela Mazars mostra a realidade de uma geração que herda 30 anos de política corporativa influenciada pelo feminismo, bem como o discurso feminista disseminado dentro das famílias. “Apesar de verificarmos traços das velhas mentalidades, estamos caminhando para a igualdade. A dissolução das fronteiras entre os gêneros é forte mostra um grande avanço na história da humanidade”, conclui o estudo.


FONTE: administradores

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