Robô construído pela equipe de José Eduardo ajuda a organizar as letras para as crianças em processo de alfabetização - Foto: Agência Gestão CT&I
Como os processos de aprendizagem no início do ensino fundamental se tornaram defasados ao longo dos anos, as crianças continuam cada vez mais desestimuladas a aprender. Contudo, soluções inovadoras para estimular os jovens nas escolas brasileiras foram apresentadas por cerca de 600 estudantes, de 9 a 16 anos, oriundos de vários estados do País, durante a abertura do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), realizada nesta sexta-feira (13) em Brasília (DF).
Vindo de Natal (RN), o estudante José Eduardo Moura, de 13 anos, construiu junto com sua equipe um robô capaz de tornar o método de alfabetização bem mais interessante para as crianças de 4 a 7 anos. “Por controle remoto, ele vai pegando e organizando as letras das imagens que a gente mostrar, para então formar as palavras. O preço não é muito acessível, então criamos o braço hidráulico, que vai fazer basicamente a mesma coisa que o robô faz”, contou.
Segundo José, ao conversar com profissionais da área de ensino sobre o processo de alfabetização, descobriu que os alunos se interessam mais pelo assunto quando estão interagindo diretamente com ele. “O problema é que as crianças estavam achando o método de alfabetização tradicional muito chato. Não estavam interessados em aprender e ficavam desestimulados. Mas quando interagem, gostam mais e se divertem mais”, explicou.
Esta etapa nacional do torneio tem as 60 melhores equipes do Brasil, que garantiram vaga em dez seletivas regionais. Os times são formados por estudantes vindos de escolas públicas, particulares e do Serviço Social da Indústria (Sesi), que organiza o evento.
Estímulo
De acordo com o diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, a alta tecnologia utilizada pelos estudantes estimula a percepção deles nas áreas de ciência, matemática e engenharia, além de criar uma resolução para o problema da educação nacional.
“Temos escolas do século 19, com professores do século 20 e alunos do século 21. Com o torneio, estamos criando processos de aprendizagem modernos, em um contexto que dialoga com a realidade dos estudantes. Eles compreendem muito mais o que está por de trás dos conceitos de ciência a partir de soluções no mundo real”, comentou.
Torneio
Até domingo (15) o torneio receberá estudantes para apresentarem suas invenções. O vencedor poderá participar do World Festival, evento mundial realizado em Saint Louis (EUA), com as melhores equipes de robótica do mundo.
A competição é promovida pelo grupo dinamarquês Lego e pela organização norte-americana For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First) em mais de 80 países e envolve mais de 200 mil jovens por ano. No Brasil, este é o 11° ano do campeonato, que ocorre há 17 anos no mundo. A expectativa por organizadores é que aproximadamente oito mil pessoas visitem diariamente o evento em Brasília.
(Leandro Cipriano, da Agência Gestão CT&I)
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