A FAPESP e o Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (Concytec), do Peru, assinaram, no dia 17 de setembro de 2014, um acordo de cooperação para pesquisa que prevê a implementação de atividades entre a comunidade científica peruana e do Estado de São Paulo pelos próximos cinco anos.
A cerimônia teve a participação de Celso Lafer, presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente, José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, Virgínia Subiñas, assessora técnica da Diretoria Científica, e Carlos Eduardo Lins da Silva, consultor em Comunicação.
A delegação peruana foi composta por Juana Kuramoto, diretora de políticas e planejamento do Concytec, Luis Campos Bacca, pesquisador em biodiversidade no Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana (IIAP) e membro da Academia Nacional de Ciências do Peru, e Arturo Jarama, cônsul geral do Peru em São Paulo.
O documento procura expandir o intercâmbio existente e apoiar novos projetos utilizando os por meio de mecanismos adotados pelo Concytec com a implantação da iniciativa “Cienciativa”, destinada a contribuir para o crescimento econômico do Peru por meio do apoio à formação de recursos humanos e a projetos de pesquisa científica e tecnológica. O programa peruano prevê investimentos acima de R$ 177 milhões em cinco anos.
“Nos últimos dois anos, desenvolvemos instrumentos de financiamento que poderão dar um impulso ao acordo que acabamos de assinar. Podemos oferecer bolsas para estudantes peruanos em universidades brasileiras, apoiar projetos de pesquisa e estabelecer o que chamamos círculos de pesquisa, grupos multissetoriais e interinstitucionais que permitem o intercâmbio de pesquisadores de diferentes instituições com uma visão integrada de problemas que combinem diferentes áreas do conhecimento”, disse Kuramoto.
A diretora do Concytec falou sobre oportunidades de pesquisa conjunta em centros de excelência, consórcios de pesquisa apoiados pelo órgão, que podem agregar instituições de pesquisa em São Paulo, universidades e empresas peruanas em atividades de pesquisa básica sobre temas específicos e de transferência de tecnologia.
“A FAPESP está muito atenta à ampliação da cooperação internacional geograficamente diversificada em todas as áreas do conhecimento. O intercâmbio entre pesquisadores brasileiros e peruanos com apoio da FAPESP tem sido intenso nos últimos anos. Com o primeiro acordo de cooperação com uma instituição de fomento no Peru, teremos meios de avançar nessa colaboração”, disse Lafer.
Entre 2007 a 2012, a FAPESP aprovou 66 solicitações de bolsas de pós-doutorado apresentadas por pesquisadores ligados a instituições de pesquisa peruanas. No período, esta foi a maior quantidade de bolsas contratadas com pesquisadores estrangeiros nessa modalidade, segundo o ranking de países preparado pela Fundação, informou Brito Cruz.
Durante o encontro, o diretor científico falou sobre a pesquisa científica e tecnológica em São Paulo, destacando oportunidades de colaboração e o desempenho da comunidade de pesquisa no Estado.
“A visão de desenvolver sistema de ciência e tecnologia mais cedo em relação aos outros estados brasileiros permitiu ao Estado criar uma capacidade de pesquisa que se traduz na formação anual de 45% dos doutores brasileiros e na produção de cerca de 50% da ciência nacional, em termos de número de artigos publicados”, disse o diretor científico.
“Com estabilidade para apoio a projetos com prazos maiores de execução e autonomia acadêmica para tomar decisões sobre apoio a projetos baseadas no mérito das propostas, a FAPESP tem feito um esforço grande para internacionalizar a pesquisa feita em São Paulo, acreditando que a ciência é um empreendimento social, que depende da associação entre cientistas de qualquer lugar do mundo. Por isso, o Peru, que reorganizou seu sistema de ciência e tecnologia com essa visão, é parceiro importante da Fundação”, disse Brito Cruz.
A relevância da cooperação com o Peru também foi destacada pelo vice-presidente da FAPESP. “A colaboração ocorre quando há interesse dos pesquisadores, mas toma outra dimensão quando assume a forma de um acordo de cooperação, que atribui responsabilidades e oferece apoio financeiro para estimular o trabalho conjunto”, disse Krieger.
Para o diretor-presidente do CTA da FAPESP, a tradicional cooperação entre cientistas de São Paulo e de países da América Latina, com economias em crescimento, pode ser ampliada e fortalecida por meio de instrumentos institucionais. “Além da produtiva interação, acordos de cooperação também proporcionam a aproximação de culturas, que é um componente importante da colaboração”, disse Varela.
FONTE: FAPESP
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