sexta-feira, novembro 14

Inovação e meio ambiente devem ser destaques para melhorar produção, afirma presidente do Itep

Em setembro deste ano o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) completou 72 anos. Ao longo desse tempo, se tornou um centro de referência regional em trazer soluções tecnológicas para o setor produtivo. Entre seus objetivos, por exemplo, está a geração de tecnologias para melhorar a qualidade dos serviços e bens produzidos no Nordeste. Nesta entrevista, o diretor-presidente da Itep, Frederico Cavalcante Montenegro, explica as ações e desafios para implementar a inovação no mercado produtor regional.

Quais o principal direcionamento nos trabalhos realizados pelo Itep?

Entre os principais destaques no instituto estão a inovação da produção regional dos seguimentos produtivos, visando os mercados internos e externos, e a preservação ambiental, requerida em qualquer negociação hoje em dia, principalmente em outros países. As vezes os dois temas trabalham juntos.

Que exemplo pode nos dar?

Atuamos com os principais seguimentos de arranjo produtivo em Pernambuco, como o gesso, que é o mineral pelo qual o estado é responsável por 95% da produção nacional. Quando se fala em inovação, o colocamos em novas aplicações na área de engenharia e em outras áreas tecnológicas, e ficamos atentos a questão ambiental desses processos, para não haver contaminação do meio ambiente.

O Itep passou por mudanças significativas nos últimos 70 anos. Na sua avaliação, qual teve um impacto maior nos serviços?

Há 12 anos o instituto atua como uma entidade privada, uma associação sem fins lucrativos. Nos 60 anos anteriores éramos uma fundação pública. Como não temos mais o Estado custeando nossos gastos, precisamos mostrar que nossos serviços são valiosos para a melhoria da produção em Pernambuco, desde em áreas de engenharia, a meio ambiente, qualidade da água, contaminação alimentar, ensaios e análises meteorológicas, enfim, uma diversidade muito forte.

Que papel o Itep tem desempenhado em buscar soluções para os problemas enfrentados pela produção do estado em época de seca?

Precisamos estar preparados, e não fazer somente medidas paliativas. Mostramos aos produtores como manter sua produção e como podem perseverar em condições adversas.  Inserimos a inovação tecnológica para terem acesso ao mercado, e fazemos capacitação para mostrar como é possível conviver com essa realidade. Também temos o programa Qualifrut, que nos últimos quatro anos, avalia a qualidade da fruta pós-produção e verifica toda sua cadeia de manejo e manipulação. Por exemplo, fazemos muito com as uvas, porque Pernambuco é responsável por 97% da produção exportada pelo Brasil.

Qual o maior desafio para colocar em prática essas iniciativas inovadoras?

O grande desafio em um estado como Pernambuco, com baixa produção industrial, é a sobrevivência de uma instituição tecnológica que precisa vender tecnologia para se manter. Temos que mostrar a importância do nosso trabalho para os produtores da região, para que eles possam ganhar e ter melhor acesso ao mercado. Tudo isso depende de tecnologia e inovação aliada a preservação ambiental. Mas o principal é convencer o empresário que ele está fazendo com isso um investimento, e não um custo.




FONTE: agenciacti

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