terça-feira, novembro 25

Monitoramento por satélite da Embrapa detalha o nível de degradação em pastagens brasileiras

Tecnologia capta diariamente dados de componentes da vegetação para verificar o tamanho da área comprometida

Área com pastagem degradada em Ipameri (GO) em março de 2012 - Foto: Breno Lobato/ Embrapa
Área com pastagem degradada em Ipameri (GO) em março de 2012 
 Foto: Breno Lobato/ Embrapa


Em Goiás, 27% das pastagens mapeadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentaram de moderada a alta degradação nos últimos anos. Esse levantamento mais preciso foi possível devido a uma tecnologia por satélite utilizada pela organização, com sensores de resolução moderada capazes de detectar as variações na vegetação ao longo do tempo.
"Isso é um número que não tínhamos antes, quando se usava apenas sensoriamento remoto. Hoje já podemos apresentar esses dados e agora estamos nos preparando para entregar mais informações, dessa vez sobre a degradação no bioma Cerrado", afirmou o pesquisador e supervisor do levantamento, Luiz Eduardo Vicente. "O governo poderá usa essa informação para delinear políticas de gestão melhores para a agricultura", ressaltou.

O satélite, com um sensor chamado Spot Vegetation, faz medidas diárias de determinados componentes da vegetação ou do solo, usando regras matemáticas e algoritmos que extraem a variação ao longo do tempo em um determinado ponto. Nas unidades em terra, as imagens são recebidas do satélite, então processadas e tratadas.

"Nós recebemos e geramos essas informações geoespaciais. Esses dados chegam brutos e nós processamos eles com uma pergunta que determinamos no sistema, de forma que ele nos dê uma resposta mais precisa. A premissa é basicamente um índice que mostra a variação da vegetação com o tempo", explicou o pesquisador.

Na avaliação do especialista, a riqueza dos dados gerados pelo satélite pode contribuir não apenas na tomada de decisões do governo, mas também para o cotidiano dos próprios agricultores. “Diretamente, o produtor pode acessar o site da Embrapa e verificar essas informações. Mas, indiretamente, ele vai sentir os resultados quando o governo local puder estabelecer políticas de gestão territorial, fazendo incentivos para reduzir a degradação, ou com ações para o uso controlado da terra”, avaliou.

Luiz Eduardo debateu o tema na palestra “Embrapa Monitoramento por Satélite”, durante o 5º Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação (Simgeo), realizado em Recife (PE) e promovido pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).

Simgeo

O evento tem como objetivo proporcionar uma troca de experiências entre profissionais e acadêmicos da área de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação de todo o Brasil. Com a participação de especialistas da França, Estados Unidos e Brasil, o simpósio apresentou as mais recentes discussões sobre controle de qualidade de bases cartográficas, ensino de geodésica e fotogrametria.


FONTE: Agência Gestão CT&I

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