Além de desbravar um mundo novo, as companhias precisam lidar com um consumidor mais exigente, que quer o produto em tempo real, ao clique de um botão
Uma das vantagens de ser
subdesenvolvido é pular etapas da evolução, pelo menos segundo o diretor sênior
do Adobe Marketing Cloud, Matt Langie. De acordo com o executivo, o Brasil em
geral ainda é imaturo com relação às possibilidades do marketing digital, mas
pode crescer rápido, tendo como modelo experiências já resolvidas nos Estados
Unidos ou Europa.
"O tempo para a maturidade está
diminuindo a cada ano. Os países emergentes adotam a última tecnologia,
ou seja, tablets já vendem mais que notebook, smartphones mais que linhas
fixas. Estão pulando ciclos que os EUA passaram e chegando ao futuro mais rápido",
afirmou Langie durante o Adobe Summit, em Salt Lake City (EUA).
Com menos de metade
da população com acesso a internet, o Brasil tem um grande potencial para as
empresas que abraçam o mundo digital. Segundo Langie, "é possível que já
existam empresas no Brasil que são mais maduras do que muitas nos EUA, depende
do que elas esperam do digital e o quanto investem". É o caso de três
companhias que apresentaram seus cases nesta semana no Adobe Summit: Terra, Nova Pontocom e Fiat (por meio da
AgênciaClick Isobar).
De acordo com pesquisa da IDG Connect
em parceria com a Adobe, 100% dos principais departamentos de marketingo do
Brasil usam análise de dados, mas apenas 24% integram dados offline e online. O
planejamento de marketing das 100 empresas que participaram da pesquisa prevê
ampliação da automação no marketing por meio de ferramentas digitais - atualmente
38% usa o serviço, mas o índice deve dobrar em 12 meses. Outras prioridades
serão a segmentação das campanhas e veiculação em dispositivos móveis.
Novo
mundo
"Alguns
setores estão começando a ver o potencial das experiências digitais agora, têm
mais dificuldades em conectar os pontos do que está acontecendo. Quanto mais as
empresas percebem que o consumidor está tendo experiências digitais, mais elas
investem", afirmou Langie. Segundo ele, as empresas que estão
entrando agora no mundo digital devem focar os aparelhos móveis (smartphones e
tablets), que já superaram os acessos a partir de computadores pessoais.
Além de desbravar um mundo novo, as
companhias precisam lidar com um consumidor mais exigente, que quer o produto
em tempo real, ao clique de um botão. "O cliente não tolera mais um site
fora do ar ou ferramenta de busca que não funciona." A mesma visão sobre o
consumidor moderno é compartilhada pelo CEO da Adobe, Shantanu Narayen.
"Não queremos ser tratados como
um número anônimo. Esperamos experiências diferentes no PC, no tablet, no
smartphone. Nossa tolerância a experiências ruins está cada vez menor e a
exigência cada vez maior. A empresa em tempo real é impulsionada por dados de
consumidores, todos os sistemas precisam estar conectados", afirmou o
executivo.
Mudança
estrutural
Essa
mudança para o digital implica em alterações de processos e estruturas dentro
da empresa inteira, com o departamento de marketing ganhando influência sob o
comando do Chief Marketing Officer (CMO). Conforme Langie, os profissionais de
martketing têm que lidar agora com análise de dados, números e conhecer como
funcionam as tecnologias. "É engraçado, porque quando entrei em marketing,
muitas pessoas entraram porque não queriam lidar com números, ciências, e agora
você precisa de todas essas habilidades", brincou.
Para Brad
Rencher, vice-presidente sênior e gerente da unidade de Marketing Digital da
Adobe, é o novo comportamento do consumo que força as empresas a mudarem
também. "As mudanças no consumo estão revolucionando as empresas. Por
isso, o marketing está se tornando o centro. Elas precisam se reinventar
sempre. Por exemplo, se eu quero dividir a conta apenas batendo os smartphones
com os amigos, ou fazer check-in no hotel e abrir a porta com meu celular, estas
novidades podem ser pequenas para startups, mas são um problema gigante para a
indústria já estabelecida."
Além disso, o consumo tem escala
global agora, conforme explicou a CMO da Sephora, Julie Bornstein. "A
internet era uma rua de mão unica, de informação, agora é uma rede social. É
muito mais que apenas e-commerce. Um popstar sul-coreano pode criar um vídeo e
depois de semanas jovens na Califórnia estão dançando o hit. É preciso pensar o
consumidor globalmente, as barreiras comerciais e impostos não são mais
problemas para eles."
O jornalista viajou
a convite da Adobe
FONTE: Terra
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