sexta-feira, abril 4

O principal motivo do fracasso das extensões de marca


A sua empresa está interessada em estender sua marca?

Tenho certeza que muitos de vocês responderão que “sim”. Profissionais de marketing no mundo todo estão sofrendo uma crescente pressão para melhorar os resultados de curto prazo e ter maior retorno sobre o investimento, e estender uma marca já existente pode parecer uma maneira mais barata, rápida e menos arriscada de obter esse retorno do que investir em uma nova.

No entanto, estender a sua marca para uma nova categoria é a parte fácil. O difícil é levar e manter seus clientes nesses novos e desconhecidos territórios.

Muitas empresas importantes tiveram sucessos e também fracassos com suas extensões de marca, e o principal motivo do fracasso é simples: não é agregado um valor significativo para o consumidor.


Veja o McDonald’s. Seu produto McPizza fracassou porque os consumidores acharam a proposta de valor semelhante demais aos concorrentes já estabelecidos, como a Domino e Pizza Hut. Por outro lado, o conceito do McCafé vai bem pois é visto como algo diferente, principalmente por adolescentes que julgam o Starbucks caro demais.


Outras grandes empresas também tiveram resultados negativos ao estender suas marcas. Richard Branson foi muito bem-sucedido no desenvolvimento da marca Virgin em inúmeras categorias, porém, poucas extensões de sua marca foram bem. A Montblanc é ótima no setor de canetas mas tem dificuldade em participar de categorias de estilo de vida, tais como de relógios, jóias e perfumes. A easyJet fracassou quando tentou expandir sua companhia aérea de baixo custo para o ramo de lanhouses, cinemas, alugueis de carro, cruzeiros e também a área financeira.

Em geral, há marqueteiros demais que acreditam que uma marca forte e uma “boa ideia” são suficientes para se ter uma bem-sucedida extensão de marca. Claro, uma boa marca de uma empresa séria pode fazer com que os clientes acreditem mais na nova oferta, mas eles só vão comprar o novo produto ou serviço se este facilitar suas vidas, fazendo com que ela seja melhor, mais barata, rápida e assim por diante.

Expandir a marca não é fácil, e eu acredito fortemente de que seja mais uma questão de ‘arte’ do que de ‘ciência’. Em minhas entrevistas com os principais marqueteiros e executivos do mundo dos negócios, vejo que muitos simplesmente desconhecem as condições em que as marcas podem ser expandidas com sucesso.

Sabemos que grandes propostas de valor podem levar a extensões que fortalecem a imagem da marca a longo prazo, em vez de a diluir ou enfraquecer. Por exemplo, a Yamaha passou de pianos para motocicletas para motores marítimos com bastante sucesso. A Davidoff foi de charutos a conhaques a perfumes, tudo com ótimos resultados. A Sony trabalhou panelas de arroz, TVs e o Walkman, e agora é uma das maiores no mercado de câmeras digitais. Da mesma forma, a Apple foi de computadores para telefones e música.

Quando as extensões de marca fracassam, geralmente é porque as empresas tentam aproveitar muito de suas marcas já existentes, e/ou simplesmente não dão atenção à criação de novos e suficientes benefícios para o consumidor. Pense em fracassos, como a Bic passando de canetas e barbeadores descartáveis ​​para perfumes ​​e roupas íntimas descartáveis; a Heinz indo do ketchup para mostardas; e a Xerox transitando entre fotocopiadoras e computadores. Até mesmo a Apple teve seus fracassos: o tablet Newton, o computador Lisa, o mouse USB do iMac, o iPod Photo e do iPod Hi-Fi. Felizmente, os consumidores acabem esquecendo os fracassos se os produtos forem rapidamente retirados do mercado.

Talvez o McPizza foi resultado de um passo lógica para os altos executivos do McDonalds – “OK, não estamos no ramo de hambúrgueres, estamos no ramo de fast food!”. No entanto, não foi nada lógico para seus clientes, que preferiram as cadeias de pizza já estabelecidas.

Como tenho repetido muitas vezes, a sua marca não é o que VOCÊ pensa que é, é o que os seus clientes pensam que é. Você deve sempre lhes oferecer benefícios tangíveis ou intangíveis. E, vamos lembrar, NÃO são os engenheiros ou os profissionais de marketing que decidem o que os consumidores devem valorizar – são os próprios clientes.



FONTE: Adnews

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