sexta-feira, agosto 22

Compliance: bom até para as finanças

Além de garantir práticas organizacionais éticas, os programas de conformidade podem ajudar na rentabilidade e na imagem positiva da empresa


Fragoso, da Delloite: administração estratégica do RH / crédito: Gustavo Morita


A Lei Anticorrupção (12.846-2013) entrou em vigor em janeiro deste ano, deixando muitas organizações em estado de alerta. Uma série de exigências de controle e informação foi imposta à rotina corporativa. Essas mudanças requerem um investimento inicial em pessoal, capacitação e tecnologia, mas proporcionam, no longo prazo, não só uma conduta ética (e livre de multas), como também uma gestão de recursos, pessoas e processos mais eficiente, de acordo com o especialista Ronaldo Fragoso, sócio da consultoria Delloite, na palestra Ambiente Regulatório – Importância do Tema e Papel de Recursos Humanos.
Fragoso explicou que, mesmo em casos de condenação na Justiça, um programa de governança bem estabelecido funciona como atenuante de culpa, reduzindo o valor da penalidade a ser aplicada. Mesmo assim, o impacto financeiro positivo do compliance ainda é pouco valorizado pelas organizações. Isso deve mudar no correr dos anos, quando esses mecanismos de controle se firmarem como pilares de apoio à rentabilidade, desde que realizados de forma consistente e planejada.  Isso sem falar no reforço de credibilidade da marca, como um efeito colateral.
O desafio para os departamentos de recursos humanos nesse contexto é garantir uma administração planejada e controlada dos fatores de risco envolvidos, especialmente quando há terceirização de serviços. Fragoso explicou que, em caso de violações trabalhistas, por exemplo, a empresa contratante tem responsabilidade solidária e vínculo previsto em lei.  Questões relacionadas a sustentabilidade, segurança de informações e correção tributário-fiscal também compõem o leque do compliance e devem ser observadas. “A administração de RH é agora mais estratégica do que nunca”, disse.
Fragoso também esclareceu a diferença entre compliance e auditoria. O controle regulatório é uma prática diária, contínua – ao passo que a auditoria é uma verificação pontual, que ocorre de tempos em tempos. “Entre uma auditoria e outra, os programas de conformidade devem permanecer ativos”, afirmou.  A governança é a direção defensiva das organizações.


FONTE: RevistaMelhor



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