“É preciso competência gerencial para desfazer as amarras burocráticas que travam a CT&I no país”
“O mundo inteiro está investindo em inovação, de forma acelerada. Precisamos fazer o mesmo, recuperar o tempo perdido, não sermos mais tímidos”. Com essas palavras o novo presidente do Confap, professor Sergio Gargioni, defendeu a importância de investimento de peso em ciência, tecnologia e inovação. E é com essa linha de raciocínio que ele pretende gerir o conselho pelos próximos dois anos.
Gargioni, que também preside a Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina) toma posse do seu cargo frente à entidade nesta terça-feira (2 de abril). Ele será o sucessor do professor Mário Neto Borges, que esteve à frente do Confap nos últimos quatro anos. Já a vice-presidência da entidade continua com o diretor da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado do Sergipe (Fapitec), professor José Ricardo de Santana.
Com uma trajetória relativamente nova (sete anos de atuação) o Confap assume hoje um papel de grande relevância no cenário de CT&I ao ser o representante oficial do trabalho desenvolvido pelas 26 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa no Brasil. Segundo o dirigente, a atuação do conselho está diretamente relacionada à ampliação do trabalho realizado em cada uma das fundações estaduais.
“A função articuladora do Confap é fundamental para o desenvolvimento das fundações, em sua totalidade, e em suas regionais. Seria muito difícil se o ministério, em Brasília, tivesse que traçar definições sobre todas as Faps, em tantas regiões do país. A nossa gestão será pautada pela competência gerencial com o objetivo de desfazer as amarras burocráticas, que travam os investimentos desse setor”.
Sobre as perspectivas frente ao conselho, o novo presidente defende o maior envolvimento das fundações de amparo à pesquisa com os parques industriais, no intuito de fomentar e concretizar ações no campo da inovação. Estreitar ainda mais os laços com as agências federais (CNPq, Finep, MCTI, entre outras) é outro plano de destaque em sua gestão.
“O intuito é estimular o incremento dos acordos, com atenção para as ações de internacionalização. As parcerias precisam evoluir, para, no futuro, transformar as pesquisas em produtos, uma espécie de rede de produção. E o papel do Confap é fazer com que as agências entendam isso, estando atentos aos processos de cada uma das Faps. Por outro lado, o Confap deve ter uma percepção clara dos movimentos nacionais de CT&I para ajudar nesse processo”.
Intercâmbio de experiências. Sergio Gargioni também chamou a atenção para a necessidade de uma permanente troca de informações e conhecimentos entre as fundações de amparo à pesquisa. “Existe uma enorme diferença entre as 26 Faps. Cada uma com sua realidade. Por esse motivo é fundamental incentivar uma maior sintonia entre elas, para que as mais estruturadas contribuam com a evolução das que estão em desenvolvimento”.
De acordo com o dirigente, será estimulado o fortalecimento e sistematização da troca de experiências e boas práticas via grupos de interesse e de trabalho (os GTs) dos diretores científicos, dos procuradores jurídicos, dos assessores de comunicação, entre outros. “É de fundamental importância que cada Fap reconheça o Confap como seu representante. E para isso é preciso ter presença com competência”.
Sifaps. O sistema de indicadores pode ser considerado como um dos destaques da atuação do Confap ao longo desses sete anos, como afirmou Gargioni. Concebida em 2009, a ferramenta que tem a finalidade de fazer a medição das ações e resultados alcançados por cada um das Faps foi oficialmente lançada durante o Fórum Nacional de CT&I, promovido em março deste ano, em Salvador. Ele ressaltou que o Sifaps, que já passou, em 2012, pelas fundações estaduais em fase experimental, vai iniciar sua plena implementação nos próximos meses.
Código Nacional de CT&I. Esse será outro tema de destaque nesta gestão, já que uma das bandeiras do Confap é a aprovação do código, que atualmente tramita no Congresso Nacional. De acordo com Sergio Gargioni, as perspectivas para sua aprovação são muito positivas. “Houve um amadurecimento do texto, há a indicação de melhores caminhos, que têm o objetivo de não deixar a coisa emperrar. Competência gerencial para atingir o objetivo de desfazer as amarras burocráticas é o que pleiteamos. Mas, infelizmente, ainda há uma dificuldade de entender que é preciso investir em CT&I, sem burocracia”, concluiu o dirigente.
FONTE: confap.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário