Pesquisa feita com jovens entre 16 e 30 anos afirmou que ascensão profissional é fator determinante para escolha de curso e faculdade
Em recente estudo feito sobre o ensino superior no Brasil, focado em jovens com alguma questão financeira pesando na decisão pelo ensino superior, mostrou que erra quem pensa que o valor da mensalidade é o critério mais importante na escolha do curso universitário.
Realizada pela Ideal Invest, responsável por um dos maiores programas de crédito universitário privado para acesso ao ensino superior e pós-graduação do Brasil (PRAVALER), a pesquisa fez uma análise com cerca de 600 jovens das classes A, B e C, com idades de 16 a 30 anos e autodeclarada restrição financeira para pagar a faculdade.
O resultado deixou explicito que quem deseja fazer faculdade não prioriza a opção mais barata, e também faz a escolha do curso utilizando como parâmetro principal a possibilidade de ascensão socioeconômica. Ou seja, na hora de escolher o curso superior que desejam, os jovens entrevistados priorizam a perspectiva de se firmar como bom profissional e ascender social e economicamente.
Para se ter uma ideia, diante de 15 opções de respostas para a questão sobre o que mais pesa na escolha do curso, os entrevistados consideram cinco itens como os principais: a possibilidade de ser um bom profissional, gostar de um determinado curso, perspectiva de ganhar um bom salário no futuro, empregabilidade e reconhecimento.
Em sexo lugar aparece o quesito “realização da vocação pessoal”, deixando o preço do curso na nona posição do ranking.A lógica continua a mesma no processo de escolher em qual faculdade irá cursar: os três primeiros itens do ranking sobre a tomada de decisão a respeito da escola dizem respeito à qualidade do ensino e ao reconhecimento da instituição pelo mercado e pelo Ministério da Educação (MEC).
"O estudo deixa claro: a tomada de decisão sobre o curso universitário segue parâmetros absolutamente pragmáticos. Mesmo com restrições orçamentárias, os jovens brasileiros querem o melhor curso universitário possível. O desejo é que a faculdade seja uma alavanca para um futuro melhor em que o jovem seja reconhecido profissional e socialmente e tenha oportunidade de ganhar um bom salário. É por enxergar isso que o jovem não considera o valor do curso o item mais relevante para escolher qual graduação fará. O que ele busca é o melhor possível para o futuro, dentro de suas possibilidades, é claro, mas não simplesmente o mais barato no momento presente", declara Rafael Baddini, diretor de Marketing e Produtos da Ideal Invest.
Curso superior é prioridade
A pesquisa revelou também que a faculdade é um desejo da grande maioria dos estudantes. Entre os entrevistados que ainda estão fora da vida universitária, 92% declaram que pensam em prestar vestibular nos próximos anos.
Cerca de 71% dos entrevistados apontam o uso de financiamento como uma opção considerada para a realização do curso universitário, mesmo não conhecendo todas as opções de créditos existentes no mercado. O número é quase o triplo dos atuais 24% de novos entrantes nas faculdades brasileiras que recorrem a algum tipo de financiamento ou bolsa.
"Isso mostra que há um descasamento entre o que é oferecido e o que precisa o jovem que quer estudar e não tem como bancar o curso universitário. Em parte isso se deve ao desconhecimento sobre este público. Nem mesmo as escolas sabem quem é e o que pensa este personagem porque muitas vezes ele nem chega a acessá-las por achar que não pode bancar a faculdade", explica Baddini.
"O ponto é que este não é um contingente qualquer. Segundo o INEP, cerca de 70% dos inscritos no Enem deste ano não pagaram a taxa de inscrição, uma prerrogativa para quem não tem renda ou vem de escola pública. Ou seja, quase dois terços do total dos estudantes que pleiteiam uma vaga na faculdade têm dificuldade financeira para pagar um curso superior. O resultado é uma grande parcela da população fora do ensino superior. Segundo o IBGE, mais de 24 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, estão fora do ensino superior. Só agora, porém, há um estudo que busca entender profundamente a realidade deste público", completa.
Para quem tem restrição orçamentária e deseja frequentar universidade, a boa notícia é que o estudo pode nortear ações que tornem sua vida mais fácil. De acordo com a pesquisa, o jovem brasileiro sofre com a carência de informações que relacionem faculdades e cursos a formas de pagamento viáveis.
Segundo uma pesquisa do Google, esta ausência de dados faz com que o tempo médio para a decisão sobre o curso tome em média 6,8 meses (somente na internet), dos quais 72% são gastos unicamente com pesquisas sobre formas de pagamento e potenciais meios de financiamento.
"É claro que a decisão de qual curso fazer na faculdade deve demandar tempo. Afinal, ela determina um projeto relevante de futuro. Mas é possível melhorar a oferta de informações ao jovem brasileiro que não tem recursos para ir adiante sem ajuda financeira. Assim, ele pode ter mais rapidamente resposta para sua questão essencial: como pagar o curso", diz Baddini.
A escolha da faculdade e do curso é exercida pela própria opinião do candidato, seguida da opinião da mãe e dos amigos. Pais e cônjuges aparecem na sequência, à frente de ex-alunos da instituição de ensino, dos colegas de trabalhos e do chefe, penúltimo neste ranking.
FONTE: Administradores
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