quinta-feira, maio 22

Fábrica de líderes

**Giba, um experiente gerente de uma fábrica de parafusos de um grande conglomerado industrial, era considerado por todos um profissional exemplar. Giba estava sempre a par de tudo que acontecia em sua fábrica e quando se tratava de resultados, estava muito a frente dos gerentes das outras fábricas. Sua operação apresentava alta produtividade, baixo nível de absenteísmo, custos baixos por unidade produzida e assim por diante. Realmente era uma operação exemplar. Porém, havia uma única métrica em que os números não pareciam favoráveis para Giba. 

Sua fábrica tinha o maior índice de turnover (índice que mede a quantidade de funcionários que deixam a empresa de maneira voluntária ou involuntária)Turnover alto normalmente representa problemas sérios. Se for voluntário, significa que os funcionários não estão satisfeitos onde estão. Isso pode ocorrer por inúmeras razões como salários mais baixos que a concorrência, ambiente de trabalho ruim, falta de liderança, etc. Se for involuntário, ou seja, se as pessoas estão sendo desligadas da empresa, significa que o desempenho dessas pessoas está abaixo do esperado ou a empresa não está atingindo suas metas financeiras. 

No caso da fábrica de Giba, o turnover era voluntário. Mas como? Os salários eram compatíveis com a concorrência, o ambiente de trabalho era elogiado por todos nas pesquisas de clima que eram conduzidas anualmente e Giba era um gerente respeitado por todos. “Um verdadeiro líder” era o elogio que mais se ouvia de seus funcionários e ex-funcionários que atualmente eram colegas dele como gerentes de outras fábricas. Porque então havia essa alta rotatividade de funcionários na fábrica administrada por Giba? A resposta é simples. 

Giba era realmente um verdadeiro líder e como tal focava grande parte de seu tempo e energia desenvolvendo os membros da sua equipe e dando autonomia para eles continuarem seu desenvolvimento. Esses funcionários se desenvolviam rapidamente, eram promovidos e consequentemente assumiam posições de gerentes em outras fábricas do conglomerado. Giba não administrava apenas uma fábrica de parafusos... ele havia criado uma verdadeira fábrica de líderes.

Muitos especialistas dizem que o maior ativo da General Electric, do lendário ex-CEO Jack Welch não está em nenhuma de suas fábricas ou equipamentos que produzem, mas sim na capacidade da empresa de formar líderes. Nos dias de hoje, produtos, equipamentos, serviços e qualquer tipo de tecnologia, por mais revolucionária que seja, podem ser facilmente copiados. 

Quantos smartphones existem no mercado que funcionam com tecnologia e qualidade muito similar ao revolucionário iPhone? Você pode até preferir usar o iPhone (eu prefiro!), mas os números de vendas mostram que cada vez mais outras marcas como a Samsung ganham mais e mais espaço no mercado com os seus smartphones. Na verdade, em 2013 a Samsung vendeu três vezes mais smartphones do que a Apple. 

Uma empresa que desenvolve uma tecnologia revolucionária tem sem dúvida grandes vantagens e há quinze ou vinte anos poderia usar esse avanço tecnológico como uma clara vantagem competitiva. Porém, a situação mudou e hoje em dia, tecnologia revolucionária já não pode mais ser considerada uma vantagem competitiva sustentável. O caso do iPhone é uma prova disso. Porém, uma “fábrica de líderes”... isso sim pode ser considerada uma vantagem competitiva sustentável.



**A estória de Giba foi adaptada do livro “Gerente Minuto” de Kenneth Blanchard e Spencer Johnson




FONTE: hbrbr

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