terça-feira, janeiro 20

O profissional que as melhores querem





Flexibilidade e vontade de aprender são algumas das características que o candidato deve ter
Conheça o perfil que as companhias do setor desejam.
“Procuram-se candidatos nas áreas de suporte, desenvolvimento e segurança.” Nos últimos meses, anúncios como esse cresceram e chamaram a atenção de profissionais de TI e Telecom, ávidos por uma oportunidade em um mercado em expansão e carente de mão de obra. Mas, afinal, o que uma pessoa deve reunir para fisgar as melhores companhias do setor?
“Vontade de participar do time e ter brilho nos olhos”, responde Ednalva Costa Vasconcelos, diretora de Finanças e Recursos Humanos do SAS Institute, empresa de soluções de inteligência analítica e serviços. Compartilhar dos valores da companhia é outro ponto importante. “Já tive um caso de um profissional superqualificado, que falava cinco línguas, tinha bastante bagagem, mas depois de entrevistas com o time identificamos que não estava em linha com nossa cultura e optamos por outro”, relata.
No SAS, tudo começa no momento da contratação para escolher a pessoa que possui postura adequada ao contexto da empresa. O candidato passa por entrevistas com o RH, o gestor, o grupo que vai trabalhar e o que vai interagir. A organização acredita ainda que a atitude é essencial. “Habilidades técnicas podemos desenvolver internamente.”
Na opinião de Renata Lage, consultora de RH da Catho Online, site de classificados de currículos e vagas de emprego, o conhecimento técnico, aliado à experiência, é o requisito mais demandado. Ela destaca os diferenciais que o candidato à vaga nas melhores empresas para trabalhar precisa reunir.
“Conhecer com detalhes o negócio da organização, processos operacionais, saber como a companhia funciona e o que faz os produtos venderem. Entender de tecnologia, estar sempre ‘antenado’ com as novidades e inovações e mudanças de comportamento das pessoas; e ser criativo para encontrar formas de aplicar novas soluções.”
Do ano passado para cá, indica, a lista de exigências ganhou um item: o alinhamento com os negócios. “Hoje, o executivo de TI e Telecom tem de entender a área, conhecer as novidades tecnológicas e alinhá-las às necessidades da organização”, resume Andreza Santana, diretora de Marketing da Monster Brasil, empresa de soluções de recrutamento e gerenciamento de carreiras online.
Esse é o desafio da Chemtech, companhia de soluções de engenharia de TI do grupo Siemens. “Temos dificuldade de encontrar sintonia entre negócios e pessoas em cargos seniores. Por isso, investimos no desenvolvimento de profissionais mais novos. Buscamos nas melhores universidades do País e apostamos na capacitação”, afirma Douglas Pereira, líder de Projetos em Telecom da Chemtech.
“Não adianta ser um ótimo engenheiro se não tiver disposto a aprender o processo do cliente, queremos pessoas com mente aberta”, completa Luiz Antônio Mello, gerente sênior da Chemtech.
Samara Rocha de Souza, analista de Recursos Humanos, Recrutamento e Seleção da Chemtech conta que a companhia investe ainda em pessoas flexíveis, comprometidas, criativas, inovadoras e que acreditam no relacionamento de longo prazo.
Flexibilidade, tolerância e ambiguidade são outros itens de destaque, já que hoje o setor muda rapidamente, observa Guilherme Maciel, consultor sênior da Korn/Ferry, provedora global de soluções para gestão de talentos.
Flexibilidade é um dos pontos buscados pela operadora Telefônica|Vivo, ao lado de garra, transparência, curiosidade, fazer diferente e questionar. “Somos uma empresa de serviços e quem trabalha aqui tem de agregar a capacidade de cooperar, servir e trabalhar para melhorar a vida do cliente”, observa Niva Ribeiro, diretora de Desenvolvimento Organizacional da Telefônica|Vivo.
Uma das estratégias é dar oportunidade para aqueles no início de carreira. Atualmente, a operadora está com o programa de trainee em andamento e busca 15 profissionais em TI. A pós-graduação, diz, é um diferencial e dependendo do perfil da vaga é exigência.
Para a Sydle, empresa mineira de desenvolvimento de software e gerenciamento de projeto, o trabalho em equipe e o bom relacionamento com colegas são premissas básicas. “A experiência conta, mas não é pré-requisito. Contudo, vale mais uma pessoa com potencial do que uma 100% pronta”, avalia Alessandra Ravaiani, analista de RH da companhia. No quesito técnico, a executiva explica que conhecimento em linguagens de programação, como .NET e Java, é importante.
A companhia, que dobrou o quadro de funcionários em 2011, tem um processo bastante criterioso de contratação desde seu nascimento, há sete anos. Feito internamente, ele inclui avaliação do currículo, aplicação de uma prova técnica e de raciocínio lógico. “Se o desempenho na avaliação escrita não foi muito bom, damos uma chance na entrevista, realizada com o RH e o gerente técnico”, explica Alessandra.
Quem também acena com a bandeira da flexibilidade e da contratação diferenciada é a Radix, organização de serviços, desenvolvimento de software e projeto para indústria. “Seguimos a filosofia do Great Place to Work® pela seleção baseada em valores. Olhamos a parte técnica, mas entendemos que precisamos ter um perfil de profissionais em linha com nossos valores e cultura”, afirma Mônica Paiva, diretora de RH da Radix.
Por isso, foco no ser humano, inovação, gostar de desafios, ética, agilidade, e relacionamento de longo prazo são pontos que despertam a organização. “Aqui, atitude faz o profissional ter sucesso”, completa. “Buscamos um profissional com espírito de aprendiz, mas mantendo a visão de especialista”, aponta.
A estratégia de contratação da PromonLogicalis, integradora de TI e Telecom, é localizar pessoal com sólida formação e capacitação técnica. “É preciso ainda gostar de trabalhar em um ambiente colaborativo e participativo. Ele deve estar preparado para atuar em um mercado bastante dinâmico”, conta Tânia Casa, diretora de RH da organização.
Ela aponta que o foco da companhia é educação corporativa para criar base técnica. “Para se ter uma ideia, 75% da nossa força de trabalho tem entre 25 e 35 anos”, revela. No ano passado, por exemplo, foram contratadas 150 pessoas, sendo que 60% das efetivações realizadas via networking. Uma parcela foi localizada via redes sociais, modelo que tem crescido entre as melhores empresas para trabalhar.
Adaptabilidade é palavra-chave na EMC. “Temos um ambiente dinâmico e globalizado e por isso nosso interesse é por aqueles que prezam pelo aprendizado e atualização em novas tecnologias”, explica Fernanda Albano, gerente sênior de RH da fabricante de soluções de TI.
A graduação para algumas funções é exigida, mas Fernanda aponta que a companhia já teve casos em que a pessoa desenvolveu experiência no mercado e não tinha formação na área. Nas posições gerenciais, atitude de liderança e comprometimento com a empresa são pontos positivos. “Ele deve passar para a equipe respeito e integridade”, indica.
Cada vez mais a organização tenta identificar profissionais multifuncionais, com um perfil mais generalista do que especialista. “Isso acontece mesmo nas áreas técnicas. Com isso, o profissional ganha mobilidade interna”, observa.
A rápida evolução da TI fez com que a Dell, fabricante de hardware, ampliasse o cardápio de exigências e passou a demandar candidatos que acompanhassem essa movimentação. “Do ponto de vista técnico, destacam-se aqueles que entendem de cloud, storage e serviços de TI [outsourcing, desenvolvimento de sistemas, infraestrutura e virtualização]”, indica Alexandre Tran, diretor de Aquisição de Talentos da Dell América Latina.
Sob a óptica comportamental, interesse em crescer e prosperar, integridade e ética são vistos com bons olhos na Dell, em todos os níveis hierárquicos. Uma das ferramentas que a organização usa para localizar esse perfil é o LinkedIn.
Além de entrevistas, em alguns casos, testes técnicos são aplicados. “Recrutamento e seleção são pontos nevrálgicos para nós”, assinala Tran.
Nove itens estão entre as competências exigidas pela Cisco, fabricante de soluções para redes e comunicações: experiência profissional técnica, comunicação e habilidade de relacionamento interpessoal, capacidade analítica, motivação, capacidade de solucionar problemas, pensamento estratégico, habilidade para trabalhar em time, criatividade e orientação a resultados. “Eles estão vinculados ao nosso modelo de atuação”, diz Luciana Issa, gerente de Recrutamento da Cisco para América Latina.
Sobre o nível técnico, Silvio Paciello, diretor de RH da Cisco do Brasil, afirma que depende muito da posição que o candidato deverá ocupar. “Se buscamos um gerente, a habilidade de motivar, transformar e o trabalho em equipe são extremamente valorizados.” A indicação de amigos também tem bastante peso. No ano passado, 36% foram contratados por meio desse modelo no Brasil e 46% na América Latina.
Capacidades técnicas em TI
Segundo relatório do site de empregos norte-americano Dice.com, desenvolvedores Java serão os mais demandados pelo mercado de TI nos próximos meses, habilidade que tem despontado na lista de capacidades técnicas há cerca de dois anos e deverá permanecer no topo das buscas. O site identificou ainda que gerentes de recursos humanos enfrentam uma crise de talentos em mobilidade e .NET. Veja as capacidades-chave e certificações mais buscadas, de acordo com o Dice.com.
Habilidades
1. Java/Desenvolvedor J2EE
2. Desenvolvedor ou engenheiro de software
3. Desenvolvedor de soluções móveis
4. Desenvolvedor .NET
5. Gerente de projeto
6. Desenvolvedor web
7. Administrador/Engenheiro de sistemas
8. Administrador/Engenheiro de rede
9. Profissionais de SAP
10. Business Analytics
FONTE: Dice.com, que ouviu 1.195 gerentes de recrutamento nos EUA

Especializações
1. A+
2. Project Management Professional (PMP)
3. Cisco Certified Network Associate (CCNA)
4. Security+
5. Microsoft Certified Systems Engineer (MCSE)
6. Network+
7. Microsoft Certified Professional (MCP)
8. Certified Information Systems Security Professional (CISSP)
9. Information Technology Infrastructure Libraby (Itil)
10. Microsoft Certified IT Professional (MCITP)
FONTE: Dice.com, que ouviu 18.325 profissionais de TI entre setembro e novembro de 2011 nos EUA.

Raio X de uma entrevista de emprego
Quer impressionar o seu futuro empregador? Veja algumas dicas preciosas
Conheça o empregador
• Faça uma pesquisa profunda sobre a empresa
• Conheça o mercado de atuação, produtos e objetivos
• Memorize fatos importantes
• Entenda como eles se veem

Currículo
• Digite seu currículo, nunca o escreva a mão
• Verifique se ele está sem erros de ortografia ou gramática
• Alinhe o currículo às necessidades da organização que está se candidatando
• Mantenha seu currículo conciso e direto. É um resumo, não uma biografia

Descrição do trabalho
Se uma descrição do trabalho estiver disponível para a posição que você está se candidatando, pense em como sua experiência e habilidades se encaixam nela. Considere exemplos para apoiar a evidência e a capacidade para conquistar o trabalho.

Vitrine

• Aparência profissional é muito importante
• Evite usar perfume ou loção pós-barba perfumada. Não se distraia do que você tem a dizer
• Durma cedo na noite anterior à entrevista. Demonstrar ar de cansaço não é bom
• Chegue pelo menos de 15 a 20 minutos antes do horário da entrevista

Pratique a perfeição
• Considere as perguntas de entrevista mais frequentes. Esteja preparado para respondê-las
• Dê respostas concisas e completas
• Mantenha contato com os olhos do entrevistador
• Não fale muito rápido ou muito devagar. Pense em como você vai responder as perguntas sobre as expectativas salariais

Antes de ir embora
• Prepare três perguntas intrigantes
• Faça perguntas que reflitam o interesse no futuro da empresa
• Mostre entusiasmo nas perguntas
• Evite fazer perguntas que podem ser respondidas por meio de uma simples busca na internet

O que é permitido e proibido nas entrevistas de emprego
(Sinal verde)
Sorria
Diferencie-se
Lembre-se de perguntar pelo trabalho
Seja confiante

(Sinal vermelho)
Não se estenda na explicação do motivo pelo qual perdeu seu último emprego
Não demonstre inquietação
Não tente ser tudo para todas as pessoas

Perguntas comuns
As questões mais feitas pelos empregadores. A duração aproximada das entrevistas é de 40 minutos.
• Por que você quer trabalhar aqui?
Não responda com: “Porque eu realmente preciso desse trabalho e vocês estão contratando”. Use o que você sabe da companhia ou faça conexões das suas habilidades com a descrição da vaga.
• Você pode me contar um pouco sobre você?
Faça um sumário da sua personalidade, habilidade, experiência e histórico profissional. Não fale de seus hobbies ou seu animal de estimação.
• Por que devo contratá-lo?
Essa é uma das questões mais importantes e você precisa ter a certeza de que vai respondê-la adequadamente.
• Por que você deixou seu último emprego?
Esse é mais um teste do que uma pergunta.
• Como você se vê daqui cinco anos?
Em vez de dizer que você gostaria de estar em uma praia no Rio de Janeiro, tente fornecer informações sobre seus objetivos profissionais.

FONTES: money.usnews.com, wikihow.com, techflash.com, ehow.com, businessmajors.about.com, psychologytoday.com

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