Florianópolis lidera o Índice de Cidades Empreendedoras, recém lançado. O que as outras cidades podem aprender com ela?
A Endeavor acaba de lançar o primeiro Índice de Cidades Empreendedoras(ICE), um estudo inédito que faz uma verdadeira radiografia do ambiente para empreender em 14 capitais brasileiras. Nele, Florianópolis lidera, seguida de perto por São Paulo. Floripa aparece na primeira posição por ter boas condições especialmente em aspectos importantes: infraestrutura, inovação e capital humano – este último, inclusive, é um dos principais pontos de atenção da capital paulista.
Mas, se hoje Florianópolis pode ser considerada uma das capitais do empreendedorismo nacional, essa conquista traz também uma lição para outras cidades: o planejamento de longo prazo faz diferença.
A LIDERANÇA DE FLORIANÓPOLIS TRAZ UMA LIÇÃO: O PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO FAZ DIFERENÇA
A história começa há mais de 50 anos, no início da década de 1960, quando a cidade era apenas o centro administrativo do estado, tinha um pequeno porto, sem grandes indústrias ou empresas. Tampouco tinha uma universidade, até que, em 1962, foi fundada a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mas ainda faltavam os professores. A solução foi “importar” doutores de outros países, que, de quebra, trouxeram experiências e inovações para as salas de aula e convênios com instituições internacionais.
Foi só em 1984, no entanto, depois de voltar do doutorado na Alemanha (em uma das faculdades parceiras da UFSC) cheio de ideias, que o professor Carlos Alberto Schneider começou a criar a Fundação CERTI, com o objetivo de fomentar a criação de tecnologias inovadoras. De lá pra cá, a CERTI ajudou a fundar uma incubadora, um condomínio de empresas (ambos ainda em 1986, quando poucos falavam no assunto) e um Parque Tecnológico (o Tec Alfa, em 1993, um dos primeiros do país). Desde 2002, o sonho grande tem se materializado no Sapiens Parque, outro parque tecnológico, que está sendo construído em uma área de 4,5 milhões de metros quadrados, e que já abriga um fundo de investimentos (o CVentures), diversos laboratórios de pesquisa e um centro de eventos para 5.000 pessoas.
O resumo esconde os desafios do percurso, que foram e ainda são muitos. Em particular, Florianópolis é uma cidade pequena – com o menor PIB das 14 capitais analisadas no ICE 2014 – e, consequentemente, tem um mercado local restrito, o que afeta também o nível de investimentos por lá. Por isso, empreendedores com sonhos grandes em geral tem de buscar outras cidades e regiões para conquistar clientes. Um sinal disso é o fato de Florianópolis, apesar do bom ambiente para os negócios, ter apenas 2 empresas entre as 500 maiores do Brasil.
Os gestores públicos da cidade sabem disso, e o grande objetivo da cidade para os próximos anos é formar um case mundial, como o Google do Vale do Silício ou o Waze de Israel. Ninguém acredita que será fácil, mas são poucas as dúvidas de que, com planejamento, também é possível.
FONTE: Endeavor
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