Vamos, a partir deste artigo, conversar um pouco sobre a ligação necessária entre estas duas áreas tão fundamentais no mundo dos negócios. Vamos nos ater mais ao segmento de serviços, pois, embora seja o segmento de mercado que mais cresce no mundo, as experiências das empresas desse setor, nesse tema, têm sido pouco divulgadas e estudadas.
Tenho observado e experimentado as relações estratégicas entre estas duas áreas tão importantes para as organizações contemporâneas. Podemos dizer que uma empresa que não possui uma área de vendas bem estruturada está expondo a organização a sérios riscos de imagem e a resultados financeiros inseguros.
Também não é uma falácia afirmar que o Marketing desconectado dos resultados e pouco integrado à estratégia de vendas, parece viver em um isolamento dentro do organograma, muitas vezes transformando-se em um segmento isolado do resto da corporação.
Este breve artigo vai focar apenas a análise sobre o funcionamento destas duas áreas. Algumas perguntas vêm sendo feitas e aqui quero compartilhá-las com vocês. A primeira pede para que expliquemos se a área de Marketing deve ter toda a autonomia necessária a seu objeto criativo, não necessitando de uma negociação direta com Vendas. Bem, a resposta a esta pergunta, segundo o que venho acompanhando em organizações da saúde, financeiras, educação, software e de contact centers, demonstra que o isolamento e certo exagero de criação podem, sim, descolar o Marketing do resto da companhia.
Este isolamento pode advir do que chamo de “vírus de imagem”, ou seja, existe uma preocupação com a imagem pessoal de seus líderes e gestores, superiores à imagem da empresa frente a seus clientes e comunidade em geral.
Venho acompanhando e vivenciando esta experiência que demonstra que este vírus pode se alastrar rapidamente, mas que acaba se concentrando mais na área de Marketing, o que de certa forma é positivo, pois não contamina o resto da empresa. No entanto, contrariando este “vírus de imagem” e indo ao que chamamos tecnicamente de posicionamento estratégico, aí sim o Marketing pode ser usado como o grande alavancador da companhia.
Esta afirmação pode ser percebida nas empresas onde não conhecemos o líder (e sim conhecemos os líderes) e não ficamos ganhando prêmios e mais prêmios. Estes são muito importantes, sem dúvida, mas o melhor prêmio é ser escolhido pelo cliente – quem na verdade paga toda a estrutura corporativa.
Voltando a responder outras perguntas: Marketing e Vendas podem estar sob a mesma liderança? Objetivamente, podemos responder que podem e, em alguns casos, devem. Explicando um pouco esta afirmação: existem correntes que lutam pela liberdade do Marketing para que não fique sob a tutela de outra área, como a Financeira, que em muitos casos pode matar o princípio do Marketing, pois o viés de controle de resultados pode, sim, inviabilizar a liberdade da área de Marketing.
De outro lado, temos visto que a convivência integrada entre Marketing e Vendas tem trazido resultados muito positivos. Uma área tem contribuído muito para que a outra possa entender seu verdadeiro papel. A integração entre as metas, o crescimento do mercado, a exploração de novos produtos,
ações típicas do Departamento de Vendas têm sido muito maximizadas quando profissionais de Marketing podem contribuir com sua visão mais ampla, com as técnicas de promoção e propaganda e com as estratégias de Marketing aplicadas ao negócio.
ações típicas do Departamento de Vendas têm sido muito maximizadas quando profissionais de Marketing podem contribuir com sua visão mais ampla, com as técnicas de promoção e propaganda e com as estratégias de Marketing aplicadas ao negócio.
Posso concluir esta pequena discussão abrindo para novos capítulos, em que, especialmente no mundo dos serviços, onde a intangibilidade e a incapacidade de estocar são pontos comuns, podemos afirmar que quanto mais as áreas de Marketing e Vendas estiverem unidas melhores serão os resultados. Quem sabe, podemos reorganizar nossos organogramas e colocar juntas estas duas áreas estratégicas, permitindo uma agilidade necessária às organizações de ponta.
(Octávio René Lebarbenchon Neto)
FONTE: ADVB/SC
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