Apesar de haver um equilíbrio maior no sistema geral de bolsas concedidas para pesquisas de mulheres cientistas concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na distribuição dos benefícios pela produtividade, ligadas às pesquisas científicas vinculadas ao final de carreira, a mulher participa com apenas 30% do total. Ou seja, a proporção de bolsas para pesquisadores seniores mulheres, com doutorado, ainda é menor que dos homens.
“É o pesquisador mais maduro que recebe as bolsas de produtividade", avalia a economista Hildete Pereira de Melo, autora do livro “Pioneiras da Ciência no Brasil”. “As mulheres crescem dentro da carreira científica, mas nas bolsas de produtividade, que abrangem pesquisadores com carreira já firmada, com doutorado, as mulheres diminuem [a participação]. A carreira científica ainda é masculina”, ressaltou.
Essas bolsas têm várias gradações. As de valores mais elevados são conhecidas como PQ1 e, no ano passado, foram concedidas na proporção de 24% para mulheres e 76% para homens. Nas bolsas PQ2, para pesquisadores que ainda não atingiram o topo da carreira, em 2013, 39% das bolsas foram para mulheres e 61% para homens.
Hildete salientou que a faixa etária das mulheres que recebem é maior que a dos homens, pois, muitas vezes, elas têm de conciliar a maternidade e a carreira. “[As mulheres] Estão mais dedicadas à carreira e com mais tempo na medida em que os filhos crescem. Por isso, são mais velhas que os homens”, explicou.
Para a economista, a chave para uma maior participação feminina no mercado de trabalho é educação. “A educação é que permite às mulheres dar um passo para fora de casa”. Indicou, ainda, que a carreira científica “só existe se as mulheres se educarem”.
FONTE: Agência Gestão CT&I, com informações da Agência Brasil
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