quinta-feira, dezembro 11

Veja profissões que ajudam a fortalecer memória após aposentadoria



Estudo realizado na Escócia mostrou que profissões mais complexas, como a advogacia, ajudam a fortalecer a memória

Existem profissões que, além de trazerem benefícios financeiros ou espirituais imediatos, acabam deixando um legado igualmente estimulante após a aposentadoria.
É o que indica uma pesquisa recente da Universidade Heriot-Watt, de Edimburgo, na Escócia. Determinadas carreiras, por sua complexidade, ajudam as pessoas a fortalecerem sua memória para o resto da vida.
O estudo, que examinou mais de mil escoceses de 70 anos, sugere que aqueles que desempenharam profissões mais exigentes tiveram melhores resultados em provas mentais que avaliam sua capacidade de retenção de informações.
Os participantes do estudo passaram por testes sobre sua memória de dados, velocidade de processamento de informações e habilidade mental, além de preencherem formulários que descreviam suas atividades profissionais.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, que avaliaram mil escoceses de 70 anos de idade.

A análise dos resultados mostra que as pessoas que trabalharam como advogados, desenhistas gráficos, gerentes, negociadores, processadores de dados, instrutores e professores obtiveram resultados melhores nas avaliações de memória.
Já os piores resultados corresponderam àqueles que assumiram postos como os de operário, encadernador ou que se dedicaram a atividades têxteis.

Trabalho 'protege' o cérebro

A teoria sugere que quanto mais estimulante for o ambiente de trabalho, melhores serão as condições para construir uma "reserva cognitiva" que ajude o cérebro a diminuir os efeitos que vêm com o passar dos anos.

Pessoas que trabalharam como operários, encadernadores ou em atividades têxteis mostraram capacidade de retenção inferior após a aposentadoria

Os pesquisadores estudaram os resultados de provas realizadas pelos mesmos entrevistados em 1947, quando eles tinham 11 anos de idade.
Assim, perceberam a associação entre ter um trabalho estimulante e conservar boa habilidade cognitiva durante a aposentadoria.
"Os resultados ajudaram a identificar os tipos de demandas profissionais que ajudam a preservar a memória e as habilidades mentais", disse Alan Gow, que liderou a pesquisa.
O médico afirmou que a avaliação do coeficiente intelectual das pessoas aos 11 anos de idade explica 50% das mudanças na habilidade de pensamento que acontecem com o envelhecimento.
"Isso quer dizer que é fato que as pessoas com habilidades cognitivas mais altas tendem a trabalhar em profissões complexas. Mas também mostra que trabalhar em ofícios como estes melhora as habilidades mentais", disse Gow.

Mudanças no cérebro


Análise mostra que advogados, desenhistas gráficos, gerentes, negociadores, processadores de dados, instrutores e professores obtiveram melhores resultados nas avaliações de memória.

Ainda que o estudo não aborde razões biológicas que mostrem por quê certos trabalhos protegem o cérebro, ele traz explicações possíveis sobre como reduzir os danos produzidos com o passar do tempo.
Segundo o doutor Simon Ridley, chefe de investigaçõse no Alzheimer’s Research, no Reino Unido, este estudo traz mais evidências sobre os fatores que afetam o cérebro quando envelhecemos.
"Manter o cérebro ativo ao longo da vida é muito útil, assim como ter diferentes trabalhos também têm um papel importante na hablidade mental das pessoas", comenta.
Para Ridley, no entanto, o estudo lança mais evidências sobre a associação entre trabalho e capacidade cognitiva após a aposentadoria do que sobre os efeitos das profissões sobre as pessoas.
Neste sentido, a equipe de pesquisa pretende se dedicar a investigar como o estilo de vida e a interação no ambiente de trabalho podem influenciar na memória.


FONTE: BBC.uk

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