“Storytelling” é criar histórias para apresentar empresas para dar mais força às suas respectivas marcas, mas não foi exatamente, o que estas empresas fizeram. Elas criaram “lorotatelling”
Este ano de 2014 tem sido um ano de altos e baixos para a sociedade brasileira.
A princípio era esperado essa variação, em função dos grandes eventos já conhecidos por todos, como: carnaval, copa do mundo de futebol e as eleições.
O que não era esperado foi o resultado do déficit público. O déficit público chegou a 5% do PIB nos 12 meses encerrados em outubro de 2014, segundo o Banco Central. Desde o fim do primeiro ano do governo Lula (2003-2010) o indicador não superava esse patamar.
A economia brasileira, com temporada de restrições, continua no chão, parou de afundar, e mostra que o ano deverá fechar próximo ao crescimento zero. Isso significa o pior desempenho de um quadriênio.
Com esse resultado, projeções e perspectivas não ficam animadoras. Por isso, são esperadas alta dos juros e corte de despesas públicas pela nova equipe econômica.
A indústria brasileira continua perdendo para a concorrência. Foram quatro trimestres no vermelho. Neste ano acumulou uma queda de 1,4%, a maior desde o auge do impacto da crise internacional, em 2009.
Concorrência, diferenciação, storytelling
Nestes períodos onde a economia entra em recessão, o consumidor fica menos otimista, com menos dinheiro e portanto, olhando mais o preço do que a marca, empresas são obrigadas a fazer mais investimentos e esforços para disputar “compradores”.
E nestes momentos, acabam aparecendo algumas soluções não muito ortodoxas.
É o caso que acaba sendo encaminhado para o Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar).
Duas empresas, resolveram para se diferenciar de suas concorrentes, criar histórias fictícias para apresentar suas respectivas empresas, para dar mais força às suas respectivas marcas.
Esse processo, vem sendo chamado, quando corretamente executado, de “storytelling”.
Mas não foi exatamente, o que estas empresas fizeram. No caso da empresa de sorvetes, um dos sócios, contou durante anos a história de que o negócio recria versões das receitas de seu nonno, um italiano que fazia sorvetes no início do século 20.
Acontece que o “nonno Vittorio” nunca existiu.
Sucos e Lorotatelling
Por sua vez, uma empresa que vende sucos acima da média de preço de mercado, afirma em suas embalagens que as laranjas de seus produtos são colhidas na “fazenda do seu Francisco”.
Mas não existe a “fazendo do seu Francisco”. Os sucos da empresa são processados em grandes fábricas, que também produzem para outras marcas.
Ou seja, neste momento que passamos pelo mensalão, PETROLÃO, agora também estamos vendo um grande MentiRÃO por parte de algumas empresas, que por ganância querem mentir para compradores (clientes do atacado e varejo) e consumidores para diferenciar-se da concorrência, não por uma conduta moral pautada na economia criativa e sustentável do século XXI, mas pela economia destruidora e retrograda do século passado.
Criaram um lorotatelling que em nada engrandece a comunidade empresarial brasileira!!!
Referência: Conar vai julgar histórias inventadas por marcas Do Bem e Diletto. FERNANDO SCHELLER - O ESTADO DE S.PAULO, 26 Novembro 2014 | 02h 04
FONTE: Administradores
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