Poucas vezes um conceito consistente como a meritocracia foi tão propalado e reconhecido em sua aplicabilidade e capacidade geradora de benefícios. Talvez o motivo esteja na simplicidade do seu significado, mas também pode estar no reconhecimento do óbvio ululante, e isso é muito saudável.
Afinal de contas, não somos mesmo todos iguais, desde que o mundo é mundo existem pessoas e pessoas, profissionais e profissionais. E convenhamos poucas coisas são menos estimulantes do que um ambiente de trabalho onde acomodados, “rodas presas” e preguiçosos são tão considerados e premiados do que aqueles que independentemente das suas questões pessoais ou limitações individuais (acredite, todos temos e todos enfrentamos problemas sérios fora do trabalho) operam com obstinação, empenho absoluto e elevado senso de responsabilidade.
Nesse contexto, onde os “prêmios” sempre se caracterizam como algo restrito, nada mais natural que se estabeleçam regras comuns e justas para o seu acesso, criando com isso uma espiral positiva em benefício da competitividade e da saúde econômica dos negócios.
Em resumo, na meritocracia, pouco importam a sua origem, filiação, raça, credo, onde você estudou, ou mesmo as questões de gênero. Em um ambiente assim, o valor vem dos resultados e da qualidade como estes foram atingidos. É o culto darwiniano na veia. Obviamente não se trata de algo perfeito, mas alguns se adaptam facilmente e jamais vão querer trabalhar em um modelo diferente.
A questão é como implantar esta cultura, considerando os seus desdobramentos operacionais e seu impacto no cotidiano de um grupo de profissionais ainda não acostumados ao processo triturador que o culto ao mérito impõe.
Vamos lá:
1. Elimine a retórica vazia.
Ao implantar uma cultura meritocrática seja coerente. Nada será mais importante do que o resultado e sua qualidade. O resto é o resto.
2. Tenha metas claras e exequíveis,
para que possam ser distribuídas aos colaboradores. Sem isso, não haverá parâmetros confiáveis e respeitados de avaliação. Tudo nascerá de um planejamento detalhado, possibilitando o encadeamento de objetivos, metas e ações.
3. Crie uma política de premiação,
que pode ser gradual e escalonada, envolvendo desde o incremento de remuneração até a participação na sociedade;
4. Premie com dinheiro (ou direitos sobre ativos, como a participação societária).
As pessoas querem enriquecer e usufruir do ganho econômico que estão proporcionando ao negócio com seus esforços. Nada mais do que isso.
5. Cuide bem da comunicação.
Ela deve refletir um programa claro e dotado de regras cristalinas. Isso vai garantir adesão e comprometimento.
6. Dedique especial atenção ao clima interno.
Não permita que a competitividade saudável provocada pela meritocracia desague em agressividade gratuita e processos autofágicos desnecessários. Equipes precisam trabalhar com coesão e coordenação eficiente (concatenada com o planejamento do negócio), sem isso você criará uma terra de ninguém com prejuízos imediatos ao próprio negócio;
7. Tenha em mente que não se trata de um modelo perfeito
e à prova de equívocos, e esteja preparado para perder alguns talentos que independentemente de sua capacidade, não estão dispostos a conviver profissionalmente em um ambiente tão duro e difícil (mesmo com todos os “prêmios” disponíveis).
FONTE: saiadolugar
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