quinta-feira, novembro 14

Promoção de jovens profissionais leva no mínimo um ano e meio


Promoção de jovens profissionais leva no mínimo um ano e meio





Esse é o período mínimo para absorver as atividades da área, entregar resultados e deixar sua marca no que está fazendo




Ter perspectiva de crescimento é um dos pontos mais valorizados por profissionais com até 30 anos em uma empresa. É isso que mostrou uma pesquisa realizada em maio deste ano pela Page Personnel, unidade de negócios do Grupo Michael Page, que ouviu 200 analistas, coordenadores e jovens gestores. Dados da pesquisa indicam que 47% dos entrevistados mudariam de emprego se não fossem promovidos em até dois anos e 29% não ficariam na mesma empresa se a promoção não surgisse em menos de um ano.

Esse resultado reflete algumas características da famosa geração Y no ambiente de trabalho, como vontade de trazer resultado, perfil ambicioso e capacidade de executar diversas funções ao mesmo tempo. Mas afinal, quanto leva uma promoção?

“Antes de receber uma promoção, o analista deve permanecer na mesma posição por um tempo mínimo de um ano e meio”, diz Thais Ribeiro, analista de Talent Management da Kimberly-Clark. Ela explica que esse é período mínimo que o colaborador precisa para absorver as atividades da área, conseguir entregar resultados e deixar sua marca no que está fazendo.

“Depois desse período, não existe uma previsão exata de tempo para ser promovido, o profissional é responsável por dar ritmo à carreira”, afirma Fernanda Abrantes, gerente de Talent Management da Kimberly-Clark. A gerente explica que a regra do 18 meses foi uma medida necessária para frear a ansiedade dos jovens, que queriam se candidatar a vagas mais seniores em outras áreas da empresa sem ter a experiência e a maturidade necessária. “Antes disso, a colaboração do profissional para uma área é muito superficial. Não há o fechamento de um ciclo”, diz ela.

Na multinacional do setor químico Basf, a dinâmica de promoções não é muito diferente. Segundo Juliana Justi, gerente de Recursos Humanos, a competição por uma vaga mais sênior em uma área diferente requer que o profissional esteja na mesma posição há, no mínimo, dois anos. “Esses dois anos garantem que o profissional entregue um ciclo de negócio, de produto, enfim, um ciclo de resultados”, diz. No entanto, explica Fernanda, o fator que garante a promoção para o próximo nível é o desempenho. “No caso de promoção no mesmo setor, não há um tempo pré-estabelecido para concorrer a um cargo mais alto”, conta Fernanda.

Na Basf, quem ganha vantagem na regra dos dois anos são os trainees, que ao final do programa de 18 meses, assumem o cargo de analista pleno, pulando o primeiro degrau da hierarquia corporativa. No caso dos selecionados para participar do Programa Jovens Engenheiros, que tem duração de dois anos, a situação é diferente: após o término do programa, os jovens profissionais podem começar na empresa como analista pleno ou até em um cargo superior.

Promoção não cai do céu – A maioria das grandes empresas se baseia no método da meritocracia para oferecer novas oportunidades aos seus funcionários. Isso significa que é o próprio profissional que tem o poder de alavancar a carreira. “Se o profissional não correr atrás dos seus resultados, das suas metas, treinamentos para se desenvolver, as oportunidades não vão cair no colo dele”, afirma Thais, da Kimberly-Clark. Segundo a analista de Talent Management, possuir habilidade para trabalhar em equipe também é fundamental para ter crescimento.

Para a gerente de Recursos Humanos da Basf, Juliana, apenas uma boa performance não garante o desenvolvimento ou a promoção, pois isso é uma obrigação de todo profissional para manter seu emprego. “É preciso estar sempre antenado e conseguir se reciclar todo o tempo”, diz ela.

O profissional ansioso – Para lidar com a ansiedade da nova geração de profissionais, as empresas adotam programas de avaliação que contam com coaching e mentoring. Durante as conversas com os gestores, os jovens são incentivados a enxergar o crescimento profissional de outro ângulo. “O desenvolvimento de carreira não funciona mais como uma escadinha. Os profissionais podem crescer mudando para outras áreas, por exemplo. Isso traz bagagem para, mais tarde, assumir um cargo de gestão na organização”, explica Fernanda, da Kimberly-Clark.

Na Basf, o programa employee development ajuda os funcionários da organização a refletirem sobre a sua trajetória e entender todos os passos de carreira. Juliana Justi explica que esse processo é importante para o profissional refletir sobre seu momento atual na carreira e perceber, inclusive, que ser promovido não é necessariamente o próximo passo. “É possível ter uma movimentação lateral que trazer muita experiência e, no futuro, ajudar a conseguir uma promoção”, conclui.


FONTE: clickcarreira

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