A FAPESP e a Biozeus, empresa brasileira de desenvolvimento de medicamentos, assinaram na quarta-feira (26/11), na sede da Fundação, um acordo e lançaram uma chamada de propostas voltada a apoiar projetos cooperativos de pesquisa que levem ao desenvolvimento de novos fármacos para uso humano.
Com o objetivo de apoiar pesquisas acadêmicas sobre novos compostos biológicos, pequenas moléculas quimicamente sintetizáveis ou ativos isolados e identificados extraídos de elementos da biodiversidade para a aplicação em saúde humana, o acordo prevê a seleção de projetos de pesquisas a serem desenvolvidos por pesquisadores de instituições públicas ou privadas do Estado de São Paulo e pesquisadores da Biozeus.
Fundada em 2012, a Biozeus atua na identificação de projetos sobre novas drogas em fase inicial, nas principais instituições de pesquisa do Brasil. A empresa conta com o apoio do BBI Financial, um fundo de venture capital criado especificamente para dar suporte financeiro a pesquisas nas áreas de Ciências da Vida voltadas ao desenvolvimento de medicamentos inovadores para uso humano.
Luis Eduardo Caroli, CEO da Biozeus, disse que, embora seja relevante contar com um fundo para apoiar pesquisas na área de Ciências da Vida, é mais importante ampliar o conhecimento voltado ao desenvolvimento de produtos brasileiros que tenham espaço no mercado internacional.
“Esta parceria vai permitir aos pesquisadores das universidades desenvolver novos fármacos de uso humano, que vão beneficiar toda a sociedade quando estiverem disponíveis no mercado”, afirmou, durante o evento na FAPESP.
O aporte financeiro para os projetos que venham a ser apoiados no âmbito do acordo será de R$ 10 milhões, a serem desembolsados em partes iguais pelas duas signatárias. Esse valor já está disponível nesta chamada, cujo prazo de financiamento aos projetos aprovados será de até 24 meses.
Para Celso Lafer, presidente da FAPESP, o acordo de cooperação com a Biozeus tem características que o diferenciam de outros mantidos pela Fundação. “O acordo é inovador porque nos ajuda a alargar a base de inovação na pesquisa voltada ao desenvolvimento de novos fármacos. Ele prevê, ao mesmo tempo, apoiar as pesquisas e tornar viável que os resultados cheguem ao mercado. É uma aposta que vale a pena”, disse.
A chamada de propostas selecionará projetos nos estágios mais incipientes, contribuindo para a realização de provas de conceito (de eficácia, segurança e patenteabilidade) e ensaios pré-clínicos, ambos considerados essenciais para a comprovação da viabilidade técnica, econômica e comercial de compostos que pretendam atender necessidades médicas reais.
Para se qualificar para a chamada de propostas, um requisito básico é que o projeto atenda às condições e restrições do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), da FAPESP.
O processo de seleção das propostas será composto por uma análise de mérito técnico e científico, de acordo com os procedimentos do Programa PITE, de uma análise e recomendação de apoio realizada por um Comitê Gestor de Cooperação, formado por dois representantes das duas instituições. Embora o acordo tenha validade de cinco anos, a contar da data de sua assinatura, uma cláusula prevê dez anos de confidencialidade sobre o conteúdo das propostas recebidas para análise.
A seleção dos projetos também apresenta um elemento considerado essencial pela empresa: a identificação, ainda nos estágios iniciais da pesquisa, dos projetos que não apresentem características adequadas para levar ao desenvolvimento de um produto. “Trata-se de uma habilidade fundamental para obtermos sucesso em projetos que levem a uma inovação na produção de fármacos de uso humano”, afirmou Caroli.
De acordo com o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, essa característica permite, por outro lado, que projetos com grande capacidade de inovação se destaquem. “A FAPESP busca fazer com que as pesquisas desenvolvidas nas universidades encontrem impacto intelectual e social, e esse acordo, com essas características, vai ajudar para que isso ocorra.”
Para isso, o texto da chamada de propostas destaca a necessidade de os proponentes terem interesse em que seu projeto de pesquisa gere um produto inovador que alcance o mercado, sendo fundamental que os projetos apresentados atendam a uma necessidade médica real.
Os resultados dos projetos apoiados serão avaliados semestralmente e, caso haja indicadores que impeçam o desenvolvimento pretendido, o projeto poderá ser interrompido.
Relacionados à saúde humana, os projetos submetidos na chamada devem ser nas áreas de alergologia, cardiologia, doenças degenerativas, doenças infecciosas, doenças inflamatórias, endocrinologia, geriatria, hematologia, nefrologia, neurologia, oncologia, ortopedia, pediatria, pneumologia e urologia, entre outras.
O prazo final para a submissão das propostas é 13 de fevereiro de 2015. A publicação final dos resultados, após as etapas de análise de mérito e entrevistas, será feita em 12 de junho de 2015.
O texto completo do acordo está disponível em http://www.fapesp.br/9148.
Mais informações: http://www.fapesp.br/9152
FONTE: FAPESP
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