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segunda-feira, dezembro 1

Baixa qualificação profissional é um dos maiores entraves da indústria, aponta pesquisa da CNI

Ainda que o cenário industrial brasileiro possa demostrar uma baixa atividade, o setor continua com dificuldade em conseguir trabalhadores qualificados. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita com as 500 principais lideranças empresariais do País, 65% das empresas apontaram a falta de qualificação profissional como um dos maiores entraves para o aumento da produtividade industrial. Ao mesmo tempo, 49% relataram que também encontraram dificuldades em capacitar a própria força de trabalho, devido as deficiências nacionais no ensino básico.

"É preciso mudar a matriz educacional do Brasil, investindo em educação profissional desde o ensino médio. Hoje, os empresários tem esta percepção, por isso a educação ficou em primeiro lugar na pesquisa como o principal entrave para a competitividade. E tivemos uma grata surpresa, com a inovação ocupando a quarta posição", informou o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, durante audiência pública, nesta quarta-feira (26), no Congresso Federal.

De acordo com a pesquisa, em 1980, um trabalhador brasileiro tinha 30% da produtividade de um trabalhador norte-americano, mas atualmente chega apenas a 20%. Ou seja, é preciso cinco funcionários brasileiros para equivaler a produtividade de um trabalhador dos Estados Unidos.

O levantamento apontou ainda que apenas 7,8% dos jovens brasileiros fazem ensino médio e educação profissional concomitantemente. Enquanto isso, em países como Alemanha, Finlândia e Áustria esse número passa de 50%. Por isso, na avaliação de Lucchesi, as recentes decisões de alocar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, e direcionar os royalties do petróleo na mesma agenda é uma afirmação da sociedade ao governo, de que o conhecimento é essencial para o desenvolvimento do País.

"Há um pequeno contingente de jovens que fazem educação profissional. A ampliação desse número melhorará não só nosso sistema educacional, mas o sistema econômico, e também abrirá oportunidades para a juventude ingressar melhor no mercado de trabalho, fazendo com que as empresas brasileiras sejam mais competitivas nos mercados onde atuam", explicou Lucchesi.

Pronatec

Apesar do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) ter sido elogiado como uma das melhores formas de ingressar os jovens no mercado de trabalho, a evasão de quase 50% dos matriculados ao longo dos cursos foi uma das preocupações apontadas pelo deputado Izalci (PSDB-DF). "Nós avançamos com o Pronatec, mas ainda existe uma evasão muito grande e precisamos saber o que está acontecendo, para então podermos melhorar", relatou o parlamentar.

Na opinião do diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), Gustavo Leal, como o projeto começou relativamente a pouco tempo é preciso analisar de forma mais ampla todos os impactos que a iniciativa já gerou no Brasil.

"No Senai, temos uma experiência muito boa com o Pronatec. Ofertamos cerca de 400 a 500 mil matrículas por ano, atingindo municípios que não atingíamos antes. Todo projeto dessa natureza leva tempo para ser analisado, e então tomar as ações de melhoria. Mas acredito que vamos começar a entrar nessa fase a partir de agora", assegurou.




FONTE: Agência Gestão CT&I

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