sexta-feira, outubro 4

Alta rotatividade do trabalho é desafio no Brasil, diz FGV

Estatística ilustra o alto índice de rotatividade do mercado de trabalho brasileiro. Foto: Divulgação


Metade dos adultos que conquistaram um emprego com carteira assinada em janeiro no Brasil poderá estar desempregada ou ter mudado de emprego antes de o ano acabar. Essa estatística ilustra o alto índice de rotatividade do mercado de trabalho brasileiro que, segundo o economista Gustavo Gonzaga, da PUC-RJ, afeta negativamente a produtividade da economia. "Alguma flexibilidade a locativa sempre é saudável, mas no nível que temos no país, é ruim. No caso dos jovens, essa situação é ainda mais grave", disse Gonzaga noseminário Panorama do Mercado de Trabalho no Brasil, promovido nesta quarta-feira, dia 2, pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE).
No evento, o economista  apontou que esse resultado é fruto de uma legislação que gera incentivos perversos ao sistema, pois cria a percepção de ganhos no curto prazo, para empregados e empregadores. No caso do empregado, soma-se o recebimento de parte dos benefícios trabalhistas com o seguro-desemprego. Em relação ao empregador, Gonzaga destacou que, além de evitar o pagamento de encargos, a demissão de trabalhadores com menos de um ano no emprego está relacionada ao fato de a empresa evitar a homologação da rescisão do contrato e a checagem do cumprimento dos direitos do trabalhador, como verbas rescisórias, dando margem a acordos. "Entretanto, o baixo grau de comprometimento de trabalhadores e empresas gera um círculo vicioso com pouca perspectiva de ascensão salarial de um lado, e baixo investimento em treinamento de outro, o que atinge a produtividade", concluiu.

FONTE: economiasc

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