domingo, junho 23

“Design não precisa ser um produto final”


Marco Aurélio Lobo, coordenador da unidade de Inovação e Design da Apex


A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) criou, em 2011, uma unidade voltada ao estímulo do design e da inovação das 13 mil empresas com que trabalha. À frente desta unidade, Marco Aurélio Lobo, que esteve em Florianópolis no lançamento da V Bienal Brasileira de Design, conta que há dois projetos em andamento para que os empresários, independente do tamanho do negócio, consigam incluir o design no processo de criação dos produtos. Ele concedeu entrevista ao jornal Diário Catarinense, do Grupo RBS.

A Apex lida com 81 setores da economia brasileira. Existem alguns com dificuldade em aplicar o design no processo de criação de um produto ou serviço?

Marco Aurélio Lobo - Claro. Na área de máquinas, por exemplo, é muito difícil. Na de embalagens, relacionada a cosméticos ou à área de alimentos, também, porque os investimentos são mais altos e, tendo de inovar, se torna um risco, situação com a qual não lidamos bem no país. Temos de entender que não existe no Brasil uma política voltada a apoiar as empresas neste sentido, para que elas corram este risco.

SC vive uma contradição: é o segundo estado com mais cursos de Design, porém, 99,2% do total das empresas atuantes no Estado são micro ou pequenas. Como proporcionar a elas, geralmente com recursos limitados, a inovação pelo design?

Lobo - Conversando no evento (de lançamento da Bienal) com todas as escolas de Design do Estado, surpreendeu-me que os coordenadores dos cursos estão sendo periodicamente consultados por empresas para a contratação de estagiários – e a maioria delas micro ou pequenas. 

Vocês têm um diferencial que é o empreendedorismo, além de um grau industrial fantástico, tanto no Norte, com o setor moveleiro, no Vale do Itajaí, com o têxtil e de confecção, no Oeste, com a área de alimentos e embutidos, e até em Joinville, com a metalmecânica. O Estado é altamente empreendedor e o Design vem sendo colocado de forma paulatina na indústria. 

Tanto que a Nugali, exposta na Fiesc (Federação das Indústrias de SC) como um exemplo de marca catarinense, investe no design e de SC, ainda que na categoria de micro e pequena empresa. Ou seja, isto não é impedimento. Quando se fala em investimento em design não significa um montante gigantesco. Design não precisa ser um produto final, mas uma forma de gestão ou serviço diferenciado.

A nível Brasil, como o design é trabalhado dentro das indústrias e empresas?

Lobo - Isto com certeza a Bienal (que será em Florianópolis), tenta melhorar até 2015, ao estimular ainda mais as empresas a investirem em design. Mas, no Brasil como um todo, a prática ainda é algo a ser pensando e trabalhado.



FONTE: Clicrbs

Nenhum comentário:

Postar um comentário